sexta-feira, 25 de julho de 2008

Identidadade Confessante: O Espírito Santo sopra onde quer...

8. O Espírito Santo sopra onde quer...

Há outros grupos metodistas, que como nós Confessantes, estão preocupados com a abandono da Identidade Wesleyana. Alguns apontam como evidencia disso a ausência da ordem litúrgica: o louvorzão, (ou karaokê evangélico como brincam os saudosistas) a “pentecostalização” das mensagens e das orações, a forte presença da teologia da prosperidade, a opção pela apresentação do Deus sem graça e a visível manipulação das pessoas através do terror, etc.
Com bom senso, alguns desses grupos têm entendido, como nós Confessantes, que o que se vê nos cultos é resultado da (des)orientação na condução teológica e espiritual da gente honesta que compõem nossas comunidades. Com o discurso gasto que “o culto não é para nós, é para Deus”, vai-se fecundando toda sorte de doutrinas.
Em respeito à fé sincera das comunidades, não nos cabe julgar nem fazer juízo da maneira que cada qual expressa “individualmente” sua espiritualidade. Todavia, devemos reagir com toda firmeza quando uma “forma” vira “modelo” e exigência (velada ou aberta) para todos/as metodistas; e quando pessoas são discriminadas e rotuladas de “frias” e sem o “fogo” do Espírito Santo porque não se enquadram ou não se submetem aos modelos espirituais impostos.
Ao escrever sobre As Marcas de um Metodista Wesley diz: “Nós não prendemos a nossa religião, no seu todo ou em parte, a qualquer modo peculiar de falar ou a qualquer conjunto de expressões extravagantes ou incomuns. Preferimos, antes que quaisquer outras, as palavras mais óbvias e mais simples, para comunicar o que temos a dizer, seja nas ocasiões comuns, seja quando falamos das coisas de Deus.” (As Marcas de um Metodista, p.2)

É oportuno o testemunho de um irmão Confessante da 4ª RE:
“Tenho necessidade dos credos, das antífonas, de muitos hinos, do coral, do café depois do culto. Fico encolhido diante dos abraços forçados pelo dirigente, ou de alguém que resolveu mandar Deus me abençoar com as mãos sobre a minha cabeça. Apavoram-me gritos do pregador, a exaltação do dízimo e das exigências financeiras para vaidade e não para o cuidado do próximo. Falta a referência nas Sagradas Escrituras como medida para a vida; sobra receituário de auto-ajuda no sermão. Sofrido é agüentar as duas horas de louvor, a desvalorização do estudo bíblico e da escola dominical, da visitação e de tudo que lembre a disciplina evangélica.”

Encerramos esse documento com o clamor de Wesley que revela seu esforço para que o Movimento Metodista não se tornasse uma seita; um de seus grandes temores.

“ E assim vos rogo, meus irmãos, pelas misericórdias de Deus, que não sejais divididos entre vós. É o teu coração reto para comigo, assim como o meu o é para contigo? Eu nada mais pergunto. Se assim o for, dá-me a tua mão. Não destruamos a obra de Deus por causa de simples termos e opiniões. Tu serves e amas a Deus? Isto é o bastante. Estendo-te a minha mão direita em sinal de comunhão. Se há qualquer consolação em Cristo, se há qualquer conforto no amor, se há comunhão no Espírito, lutemos juntos pela fé evangélica, andando de maneira digna da vocação a que fomos chamados, com toda humildade e mansidão, assim também com longanimidade. Suportemo-nos uns aos outros em amor e esforcemo-nos para manter a unidade do Espírito, no veículo da paz, lembrando sempre que há um só corpo como também um só espírito, pois nossa vocação está em apenas uma esperança: um só Senhor, uma só fé, um só batismo, um só Deus e Pai de todos, que está sobre todos, age por meio de todos e está em todos ”. (As Marcas de um Metodista, p.8)

É sempre bom lembrar: Wesley nasceu e morreu Anglicano.

O Movimento Metodista Confessante Confessante é uma Rede de amigos e amigas, jovens e adultos com o objetivo de:

Consolidar idéias e ideais e, através destes Avançar nos propósitos de integração e união entre as Regiões Eclesiásticas; e Agir para a valorização da identidade Metodista.

Junte-se a nós. Crie seu grupo de estudo: Um clube Santo ou quem sabe, um Caminho da Graça, onde pelo menos uma vez por mês você e seus amigos/as se reúnam para comunhão e conhecimento de nossas raízes.

“Perseverai na oração, velando nela com ações de graça. Orai também juntamente por nós, para que Deus nos abra a porta da palavra, a fim de falarmos do mistério de Cristo, pelo qual estou preso. Orai para que o manifeste como devo fazer. Andai em sabedoria para com os que estão de fora, aproveitando bem cada oportunidade. A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como deveis responder a cada um.” Colossenses 4. 2-6:

Graça e Paz,
Rede Metodista Confessante
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Para aprofundar os estudos desse documento Consulte:
BARBOSA, José Carlos. Ele é Pastor Metodista e Coordenador do Centro de Estudos e Pesquisas sobre Metodismo e Educação (CEPEME) IEP/UNIMEP. O texto citado aqui é parte de um trabalho sobre eclesiologia, apresentado no Concílio Regional da 5ª. RE, realizado em novembro de 2005.
BONHOEFFER, Dietrich. Discipulado.[Nachfolge]. 2a. ed. Trad. Ilson Kayser. São Leopoldo: Sinodal, 1984.
REILY, Ducan. In Revista Em Marcha: História da Igreja. Lições nº . 15, 16 e 17 . São Paulo: Imprensa Metodista,1988 - Disponível em http://www.metodistaecumenico.blogspot.com/ - dia 25/03/08).
MESTERS, Carlos. Flor sem defesa: uma explicação da Bíblia a partir do povo. 4a. ed. Petrópolis: vozes, 1991.
Juventude: ressussitadora de Esperança: Caderno de Formação para Missão. Tradução e Edição Rosângela Soares de Oliveira. Nova Iorque:Junta de Ministérios Globais da Igreja Metodista Unida, 2006 (Resultado da participação de jovens Metodista no Fórum Social Mundial em 2005).
WESLEY. João. As marcas de um metodista. Disponível em: http://www.metodistavilaisabel.org.br/docs/As_marcas_de_um_Metodista.pdf

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