quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Instituição e Acontecimento: (Notas sobre as tensões entre o eclesiástico e o eclesial no interior da Comunidade Cristã) - Parte 1

Instituição e Acontecimento:
(Notas sobre as tensões entre o eclesiástico e o eclesial
 no interior da Comunidade Cristã) - Parte 1

                                                                                               Zwinglio M. Dias





Artigo apresentado na Igreja Metodista em Bela Aurora por ocasião do recebimento da comunidade de Belém (PA) como membros. 

Introdução


Tanto a análise do desenvolvimento histórico da instituição Igreja  como o estudo do acontecimento fundamental que deu origem ao cristianismo - ou seja, a totalidade do acontecimento cristológico - exigem um tratamento interdisciplinário que ultrapassam, e muito,  as possibilidades de um enfoque da natureza do que nos é permitido apresentar num pequeno texto como este.

Mas, o problema está colocado pela própria realidade que nós, com nossa dupla identidade de latino-americanos e cristãos, experimentamos no interior de nossas instituições eclesiásticas e de nossas sociedades como um todo. As transformações históricas vividas pelas sociedades latino-americanas, especialmente nos últimos 50 anos,  impactaram as Igrejas e mudaram, positiva ou negativamente, suas atividades e formas de relacionamento com estas sociedades. Isto, por sua vez, produziu não poucas tensões entre os cristãos que, embora unidos  numa mesma intenção de fidelidade ao Evangelho, se encontram ideologicamente divididos em relação ao projeto histórico que propugnam para suas sociedades. Estas divisões atravessam as separações históricas que deram origem às diversas instituições eclesiásticas protestantes; também se encontram no interior do Catolicismo e já ultrapassaram as diferenças teológico-doutrinárias entre este e o Protestantismo. Trata-se de um verdadeiro divisor de águas ideológico que está na base das formas de mediação histórica do acontecimento cristão primordial, na medida em que este se foi cristalizando numa forma institucional. 

Com estas ressalvas procuraremos destacar alguns elementos que estão na raiz das tensões criadas pela interação dialética entre o Eclesiástico (ou seja, o oficial, o que parte da estrutura normativa da instituição eclesiástica e que configura o seu discurso) e o Eclesial (isto é, as manifestações que irrompem no meio dos cristãos reivindicando maior grau de fidelidade ao acontecimento-fonte, a Ecclesia do Novo Testamento,  e contradizendo o discurso “ortodoxo” da instituição) que, em forma dramática, caracterizaram até aqui a prática cristã-evangélica, tanto no Ocidente como no Oriente e, de forma particular,  em nosso continente. E isto faremos com o objetivo de destacar o lugar e a importância da persistência de tais tensões no seio da comunidade cristã global (com suas instituições, grupos de base, movimentos, etc.) como a única forma de manter-se aberta à atuação sempre inédita do Espírito e não deixar-se instrumentar pelos diferentes grupos de poder que, instituindo-se na sociedade e nas estruturas organizacionais eclesiásticas, procuram, uma e outra vez, domesticar os portadores do testemunho do Evangelho para torná-los transmissores de sua particular e interessada visão-de-mundo.

Metodologicamente, vamos ocupar-nos, em primeiro lugar, ainda que de forma sumaríssima e limitada, do processo de formação da Igreja, examinando alguns aspectos do relato neotestamentário e, em seguida, procuraremos destacar algumas das características da instituição como fenômeno social e da Igreja como instituição sociologicamente marcada para destacar as tensões oriundas da dialética constitutiva de seu ser-no-mundo. Isto é, trataremos do conflito sempre presente entre carne e espírito, lei e graça, obras e fé, conservação do passado e abertura ao futuro, memória e esperança, ou... instituição e acontecimento.

Procuraremos, portanto, estabelecer um marco histórico-teológico de referência e um marco sociológico de análise que nos possibilitem um novo horizonte de reflexão capaz de ajudar-nos a superar as tentações de unilateralismo que nos levam a ver, ou  nas instituições eclesiásticas históricamente dadas ou nos acontecimentos eclesiais de emergência recente, o único meio de manifestação do Espírito, amputando assim um dos termos da relação dinâmica que preside a ação do Espírito  nos entremeios da experiência humana. Seguindo a acurada reflexão desenvolvida pelo teólogo reformado suíço, H. Emil Brunner,(1) tentaremos, de forma modesta, mas conseqüente, inquirir a respeito da continuidade histórica da Igreja, em suas formas históricas institucionais, em relação à comunidade de Jesus (a koinonia christou ou koinonia pneumatos ), ou seja,  a Ecclesia do Novo Testamento.

 

A emergência Histórica da Igreja


1- Falar da instituição eclesiástica e do acontecimento fundamental que a trouxe à existência não significa, simplesmente, falar da Igreja, uma vez que esta expressão é, historicamente, “obscura e ambígua”, para dizer como Lutero.  Antes, implica em compreender o que foi o movimento de Jesus, conforme os relatos do Novo Testamento, e procurar seus vestígios nas diferentes concreções históricas assumidas, ao longo do tempo, pelas formas eclesiológicas que se querem herdeiras da Ecclesia primordial.  Uma rápida mirada  às páginas do relato neotestamentário nos permite inferir duas coisas com respeito à formação da Igreja cristã:

(a) Jesus anunciou o Reino de Deus, mas não se preocupou em “programar” a Igreja para os tempos vindouros.

Toda a pregação e ensino de Jesus estiveram centralizados numa única preocupação: a proclamação da instauração e realização a partir dele, do Reino de Deus. Sua vida se caracterizou por uma acentuada ênfase escatológica que o enquadrou na linha dos grandes profetas de Israel. A luta que manteve com as autoridades religiosas de seu tempo se inscreve no tradicional conflito entre profetas e sacerdotes do Antigo Testamento e a multidão o seguiu porque viu nele a continuidade da grande tradição profética israelita. Seu anúncio não foi outra coisa que a proclamação do cumprimento da promessa uma vez feita ao povo escolhido. Cumprimento este que se realiza nele, que surge como portador e instaurador do Reino de Deus entre os humanos. Nesta perspectiva escatológico-messiânica não há lugar para a Igreja, que só vai aparecer depois da ressurreição.

Os doze que ele chamou para que o acompanhassem em seu trabalho não foram convocados para se constituírem no grupo inicial de uma suposta sociedade jesuânica, como muitas vezes somos levados a pensar; eles simbolizavam, escatologicamente, o juízo e a restauração das doze tribos de Israel (Mt 19, 28; Lc 22, 29). A importância dos discípulos não se baseava no fato de serem eles apóstolos (isto ocorrerá depois)  mas no fato de que eram doze. Tanto é assim que o evangelista Marcos quando se refere a eles os faz sempre com a expressão “os doze”. (2)

Na  proclamação  de  Jesus o Reino tem uma significação essencialmente  escatológica. Não se trata de uma teocracia nacional, geograficamente delimitada e politicamente configurada, como era esperado tanto pelo judaísmo oficial como pelos grupos messiânicos então existentes (zelotes, essênios etc.). Para ele, o Reino se traduz num novo ordenamento histórico do mundo cujo centro é Deus mesmo. Sua pregação, neste sentido, se dirige fundamentalmente a todos os judeus, a todo Israel como povo escolhido, para tornar realidade esse Reino entre os humanos. Seu objetivo, portanto, não é formar  mais uma facção ou tendência, ao lado de tantas outras já existentes, mas a conversão do Povo de Deus (Israel) à vontade soberana do Deus da aliança, de modo a levar à prática a promessa  uma vez feita a Abraão de que nele “serão benditas todas as famílias da terra” (Gn 12. 3). Sua pregação, portanto, é particularista. Mas, trata-se de um particularismo que não se esgota em si mesmo, porém se constitui no fundamento da intenção salvífica universal de Deus, cuja eficácia histórica só se concretizará por meio da eficácia do Povo. Escatologicamente,  a salvação de todos (a Humanidade) depende da conversão de alguns (Israel). A realização do plano universal de Deus dependia, pois, da eficácia histórica da atuação de um grupo como sinal do Reino, da nova ordem de relações a ser instaurada entre os humanos. É neste sentido que devemos compreender as expressões metafóricas “sal da terra”, “luz do mundo”, “levedo na massa”, etc.
Os modernos tratamentos exegéticos dispensados aos documentos que constituem o Novo Testamento são unânimes em constatar que a Igreja que nós conhecemos a partir dos relatos dos Atos dos Apóstolos não fazia parte dos planos de Jesus. Mesmo nos relatos sobre a Santa Ceia, narrados pelos evangelistas, não há evidência do contrário como, tradicionalmente se pensava. Como muito bem assinalou L. Boff: “As várias ceias que Jesus realizou não só com os discípulos, mas especialmente com os marginalizados, social e religiosamente, possuíam um significado salvífico-escatológico: Deus oferece a salvação a todos e convida indistintamente bons e maus à sua intimidade. O caráter escatológico da última ceia, como símbolo da ceia celestial dos homens no Reino de Deus, transparece muito claramente no texto lucano” (3) .
 

____________________
(1)  Cf. Brunner, H. Emil, O Equívoco sobre a Igreja, São Paulo: Novo Século, 2004.
(2) Cf. Boff, L., Eclesiogênese, Petrópolis: Vozes,  1977. P.59
(3) Idem, pg. 62
  

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Fotos do culto de recepção de novos membros, acolhendo os irmãos de Belém, em Bela Aurora

Fotos do culto de recepção de novos membros, acolhendo os irmãos de Belém, em Bela Aurora

Fotos dos cultos matutino, vespertino, do almoço comunitário, dos debates, palestras, reuniões e confraternizações.

 

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

ENCONTRO METODISTA CONFESSANTE 27 e 28 /11 /2010 - IGREJA METODISTA EM BELA AURORA / JF - MG

ENCONTRO METODISTA CONFESSANTE
27 e 28 /11 /2010 - IGREJA METODISTA EM BELA AURORA / JF - MG


I - A CHEGADA DO GRUPO DE BELÉM – DIA 26/11

Cibele Paradela recebeu Saulo, Teresa e Fátima na sua casa, no Rio, na sexta-feira, mas eles dormiram no apartamento da Keila Guimarães, que reside no prédio ao lado do da Cibele. O casal veio de Belém e Fátima, também é daquela cidade, porém mora no Rio, temporariamente, onde faz doutorado. Juntaram-se ao grupo incluindo no grupo Keila Guimarães, Edna Guimarães e Clóvis Paradela, que pegou Saulo e Teresa no aeroporto.  A conversa entre eles durou até a 1  e 30 da madrugada de sábado.  Às 6 e 15 rumaram para o Galeão ao encontro de Tony, Raquel, Ester, David e Gisele,  que estavam chegando de Belém.

Logo chegou a Van de Juiz Fora, com o pastor Moisés Coppe e Omar, dono da Van e membro da igreja de Bela Aurora. Ele atendeu ao grupo com muita simpatia durante todo o final de semana.


  • Comentário de Isaias Laval

A Cibele foi a nossa "tudo"! Era formatura de sua filha no Rio. Chegariam Saulo e Teresa. O que fazer? Conseguiu que seu irmão Clóvis os pegasse no aeroporto. Depois foi buscar a Fátima, que está morando em Copacabana. Vieram para sua casa. Lá, amigas suas, que cuidaram de lanche e de tudo. Ela havia conseguido apartamento emprestado para hospedar o povo de Belém. Quando voltou da formatura, todos em papo animado, daqueles papos metodistas que não têm fim.

O Rio estava complicado, pela guerra nos morros. Ela consegue um jeito de resolver tudo e chegaram todos felizes e alegres em Bela Aurora. Ela certamente será abençoada por isto, como tem sido.


II - A CHEGADA EM JUIZ DE FORA – DIA 27 /11


Já na chegada o Rev. Moisés Coppe fez uma reunião com o grupo, saudando-os com carinho. Fez a leitura de Mateus 5, de 1 a 10,  que narra serem bem-aventurados aqueles que têm fome e sede de justiça.

Falou de sua trajetória como pastor da I. Metodista, a partir da cidade de Conselheiro Lafaiete, chegando até os dias de hoje, nessa comunidade de fé de metodistas comprometidos com a história e doutrina dessa Igreja.

 Informa-lhes ter consciência de estar sendo criticado por alguns por essa decisão de recebê-los como membros de Bela Aurora, porém destaca a sua tranqüilidade em fazê-lo já que o seu maior compromisso nessa sua fase da vida é o de manter-se fiel àquilo que crê.

O grupo também se apresenta ao pastor:


1 - Ester Baptista – Filha do casal Saulo e Teresa, abre a apresentação  narrando  a  sua trajetória  na IM, valorizando sempre a abertura que esta lhe dava para conversar e conviver com pessoas  diferentes, a partir das coisas que a une a eles, estando muito. Tem sentido muito a falta daquela igreja que aprendeu a amar e espera que esta chegada em Bela Aurora seja oportunidade feliz de um recomeço, colocando novos tijolos nessa construção. Foi líder de mocidade, secretária da igreja e outros cargos. Sente muito estar afastada de tudo isso.


2 - Teresa Higashi – Aposentada do Banco da Amazônia, é formada em Letras. Nasceu em Santarém e veio da Igreja Batista para a IM através do Pastor Francisco Cetrulo. Aqui aprendeu a conviver com as diferenças, ver batismo de bebês, crianças participando da Santa Ceia, o que mudou a sua cabeça. Sempre gostou da inserção social da IM na sociedade, da assistência social sem assistencialismo e aqui aprendeu a questionar junto ao carente a sua real necessidade, ao invés de impor-lhes prioridades.


3 - Saulo Baptista - Também aposentado do BASA, é  natural de Teresina, nasceu na Igreja Batista e entrou na IM de Belém quando esta estava com 9 anos na cidade, porém se sente como parte de sua fundação. O Pastor Francisco Cetrulo foi aquele que levou para aquela comunidade o Plano de Vida e Missão -PVM, com vivência efetiva através de suas ações. Descobriu que as pessoas que pregavam o neopentecostalismo eram geralmente pessoas “mal resolvidas”, de índole contrária aos evangelhos, que rasgam os documentos metodistas e a própria Bíblia. Assustou-se quando,  dirigindo um estudo sobre o dízimo, logo que chegou na igreja da Pedreira e viu um jovem se levantando e contestando com veemência tudo o que ele falava. Apesar do susto, gostou. Viu que estava numa igreja onde se podia contestar abertamente. Depois viu essa igreja trazer para a casa do zelador que estava sem uso, uma mulher católica que teve a sua casa destruída pela chuva. Tudo isso o fez ver que estava numa igreja diferente.


Posteriormente foi criada a igreja de Umarizal. Essa igreja começou a tomar rumos diferentes, com o objetivo de esvaziar a igreja da Pedreira que, apesar de ser uma igreja pequena, fazia diferença em Belém e seus líderes assumiam posições nos movimentos ecumênicos, políticos e sociais da cidade. Adquiriu essa marca e não consegue ser diferente a partir do que ai aprendeu.


Pastores de formação não metodista e totalmente desconhecidos dela foram nomeados para Umarizal, principalmente com o objetivo de acabar com o grupo. Finalmente foi determinada a fusão de ambas as igrejas, para se jogar uma pá de cal no movimento metodista tradicional na cidade.


Cléber lhe pergunta o motivo de ser acusado de estar ligado a bruxarias em Belém. Saulo afirma que não tem conhecimento disso, mas essa calúnia certamente que está ligada à pequenez do Bispo da REMA, que não entende que sua condição de doutor em Ciências da Religião, além da sua formação metodista, que não permitem que ele deixe de dialogar com religiões de matriz africana, naquilo que com eles tem em comum.


Quando insistia em ir à igreja, sentia-se agredido e ofendido pessoalmente  nos sermões, levando-o a afastar-se da igreja local, optando pelas reuniões nas casas dos irmãos de linha metodista como ele.  Isto custou a sua cassação do Conselho Diretor das Instituições Metodistas de Educação, que considerou um ato de covardia.  Foi humilhado juntamente com a sua família.


Tudo isso o obrigou a deixar de contribuir, optando por depositar sua oferta numa poupança, onde se encontra depositado até hoje, colocando-a à disposição do Pastor Moisés para usá-la da melhor forma possível.


Também informa que tem um espaço físico para o grupo se reunir em uma casa de sua propriedade, hoje desocupada, sendo necessário comprar cadeiras e outras providências.

Agradece ao Rev. Moisés e a todos os que viabilizaram essa oportunidade para o grupo de Belém manter-se filiado à amada Igreja Metodista.


4 - David Brigido – Trabalha na área de telecomunicações. Conheceu a IM através de sua namorada, hoje esposa, Gisele. Foi amor a primeira vista quando conheceu a IM. Atuou na igreja de Umarizal como coordenador do Ministério de Administração. Apesar das dificuldades passadas, a fé e o contacto com Deus tem ajudado, e tem sido feliz nessa caminhada, esperando que essa seja a renovação dessa caminhada.


5 – Gisele Vilhena– Emociona-se ao falar da IM. Em 2000 se encantou pelo grupo amigo de jovens da igreja, diferente do que conhecia lá fora. Isso a despertou, porém tinha receio de assumir “ser da igreja”.  Demorou um pouco a ter uma experiência de fato com Deus. Depois, mais madura, decidiu ser batizada e passou a ter vontade de falar de Deus com amigos. Tony, seu irmão a ajudou nessa caminhada, dando-lhe sempre liberdade de decisão. Sentiu muito ter ficado alijada desse convívio com igreja nos últimos meses e sentiu muita alegria ao entrar hoje, aqui no templo metodista de Bela Aurora. Gostaria de poder estar de volta nesse templo todos os domingos. Emocionada fala das marcas muito negativas que ainda não sararam, obrigando-a a ficar “passeando” por igrejas lá em Belém, após perder o contacto com o seu grupo jovem. Está muito feliz e com esperança de ver em breve um momento novo para o grupo metodista de Belém.  Agradece às pessoas que a estão recebendo aqui, estando gratificada por estar recomeçando.


6 – Fátima Carrera – Foi enfermeira e é hoje professora da Universidade Estadual na área de saúde. Está fazendo doutorado em sua área de Enfermagem. Entre os presentes, é a mais antiga da Igreja de Belém. Juntamente com a sua família e o casal Willian Rogers e Agnes, foram os fundadores do metodismo em Belém. Assistiu toda a glória e a decadência do metodismo naquela cidade.


A ida do Rev. Francisco Cetrulo para lá deu um melhor direcionamento ao grupo na direção de um metodismo mais dinâmico. Com ele aprendeu a montar e a valorizar uma liturgia de culto e outros valores mais do metodismo.


Emocionada, reforça a alegria dessa oportunidade de vir para B.Aurora como um forte sinal de Deus para a vida do grupo. Lamenta que a Igreja de Belém não seja bem vista por lideres metodistas que passam por lá, pelo fato de insistir em ser diferente do que se vê hoje, e por procurar viver as práticas que aprendeu dentro da I.Metodista.


7 – Raquel – Casada com Tony, aos 11 anos foi batizada na igreja católica. Conheceu o trabalho metodista na casa de Tony, antes de com ele namorar. Gostou muito da igreja.

Um coisa que a marcou foi o fato de ter um domingo deixado de ir à igreja e já na  segunda foi procurada por uma pessoa da igreja. Sentiu-se valorizada com isso.


Começou na igreja de Umarizal onde se envolveu em trabalhos sociais com crianças carentes que moravam em palafitas. Em certa ocasião, começaram as perseguições, reforçadas pelo fato de uma criança ter apresentado um trabalho na classe de Escola Dominical: uma colagem de uma santa. Isso custou-lhe a acusação pelo pastor de estar pregando doutrina católica para os pequenos.


Agradece muito essa oportunidade de estar sendo recebida aqui. Se não puder ser metodista, não quer outra igreja. Foi nessa igreja que ama, que aprendeu a ter respeito às pessoas e o direito de expressão.


8 – Tony Vilhena – Começou na  igreja de Umarizal onde aprendeu a ter paixão pela área social,  tendo optado pelo estudo acadêmico nessa área.  Como era bom passar domingos na igreja, com um grupo super animado, comendo macarrão com Q-suco, por não ter dinheiro para a passagem para voltar para a igreja à noite.


A coisa mudou muito. Quando do embarque do pastor de Umarizal no G-12 o seu grupo viu a necessidade de começar a estudar o PVM e outros documentos da IM. Novos pastores que para ali foram continuaram essa direção errada, vindo o grupo ser obrigado a se deslocar para a igreja da Pedreira, onde estavam Saulo e família e outros metodistas.


Ouviam muitas informações negativas da igreja da Pedreira dentro da igreja de Umarizal. Quando começaram a estudar mais a IM e seus documentos começaram a ver que a igreja da Pedreira estava no caminho certo. Isso levou o grupo a se transferir para ela.


III - PALESTRA DO REV. ZWINGLIO – 27 / 11  - 16:30h


O Rev. Moisés Coppe faz o acolhimento do grupo estando presentes irmãos de São Paulo, Rio de Janeiro, Juiz de Fora, Belém, Belisário e Cataguases.


Apresenta o pastor e professore pastor Zwinglio Mota Dias. Arthur dá explicações em relação à escolha do tema Ecumenismo e protestantismo para esse encontro.


O professor Zwinglio inicia a sua fala destacando a sua forte relação com a Igreja Metodista, lembrando que já viu esse momento difícil que a IM está atravessando quando pertencia à Igreja Presbiteriana do Brasil, há 30 anos atrás, quando da organização da Igreja Presbiteriana Unida.


Informa que fará a apresentação de um texto de sua autoria, onde procurará dar uma visão da Igreja como instituição e a igreja como comunidade.


Esse texto será disponibilizado a todos, através de Jaider.


Em resumo, o palestrante destaca o nosso erro em divinizar a instituição “igreja eclesial”, que nem sempre está junto das “eclesias-comunidades”. Que frequentemente atos humanos prostituem essa instituição, fazendo isso em nome de Deus.


Em intervenções nos debates destacamos:


JAIDER – Quando convive com essas duas instituições, a eclesiástica e a eclesial, temos o direito de pular o credo onde afirmamos: “Creio na santa Igreja de Cristo”, pelas dificuldades em se ver essa santidade, ao contrário, são tantas as distorções, injustiças, arbitrariedades na vida da igreja. Lembra que essas disputas, confrontações já estavam presentes nas primeiras atas das igrejas de Gálatas onde já se via essa mundaneidade.


As experiências da fé de Wesley se dá nas comunidades, nos pequenos grupos, na eclésia. Na T. da Libertação o reino acontecia, apesar da Igreja. Não era patrocinado por ela. Na nossa experiência de igreja que aprendemos é que “as portas do inferno não prevalecerão contra ela”.

Isso é forte demais para ser pego ao pé da letra. Que distorções estão acontecendo, igrejas sendo fechadas, pessoas sendo excluídas e discriminadas se tem ou não determinado comportamento. Se participam ou não de projetos como o “Impacto”. As portas do inferno nem sempre estão derrotando igrejas.


Prof. Zwinglio interfere e declara que esse texto merece uma melhor apreciação, se colocado à luz das primeiras traduções dos originais da Bíblia.


Jaider lembra aquelas que foram as “as nuvens de testemunhas”, as testemunhas da fé e que até deram a sua vida por ela, entendendo que estavam efetivamente fazendo a vontade de Deus através de seu trabalho apesar da mundaneidade da instituição.


Que há de ser muito valorizada essa comunhão que aqui hoje vivenciamos, fruto de uma relação virtual. O aproveitamento de um espaço novo, fruto do desenvolvimento da tecnologia, para vivermos essa convivência cristã, como “rede confessante”.


Lembra a expressão muito usada numa Igreja Cristã do Brasil onde esteve recentemente: “saúdo a irmandade”. É isso que estamos fazendo aqui nesse fim de semana. Nós estamos afirmando isso ao nos comprometermos com a igreja de Belém. Estamos garantindo a essa comunidade de continuar com ela convivendo. Nesse sentido há muita gente orando e esperando notícias e oferecendo apoio para que não se permita a morte da fé desses belenenses.


TERESA: Nossa igreja da Pedreira teve excelentes experiências ao buscar a implantação do Reino. Participar de mutirão para reconstrução de barraco, participar dos movimentos ecumênicos e sociais.... Lamenta que tudo isso foi derrotado pelas portas do inferno. Tudo foi perdido, mas sonha com o retorno a essa igreja inclusiva, que depois veio excluí-los.


No entanto, nesse momento estão presenciando um sinal do Reino. Estão sendo incluídos nessa festa que Bela Aurora preparou. Agradece em nome dos 17 que estão sendo transferindo e lamenta que outros já estejam fora da roda metodista. Não puderam esperar por esse momento


ARTHUR: Também lamenta o grande equívoco de terem espiritualizado essa igreja de forma equivocada. Que procura essa igreja que tem força sobre o inferno. No entanto, o que fazer? Criar uma outra igreja seria mais uma institucionalizada, com riscos de também vir a ser prostituída. Não há outra alternativa a não ser a gente estar nela, por pior que seja.


PROF. ZWINGLIO - Essa precariedade foi construída pelos homens. A igreja é tão ruim como nós mesmos, no entanto, se não fizermos através dela, ninguém vai fazer. Ela é mistério e não depende somente de nós.


REV. RAMON - Há muita dor não somente entre leigos, mas também entre um grupo de pastores, que também se sentem excluídos.


SAULO – Vivenciamos muitas violências praticadas pela igreja. Inicialmente a sua reação foi de perplexidade. As alternativas eram apelar para os caminhos jurídicos da igreja, sem a convicção de que resultaria em algo. O Bispo da REMA é uma pessoa que ama o confronto, gosta da contenda. Provoca a briga. Mas o grupo agora sonha poder voltar um dia à normalidade. O modelo atual de Igreja é massacrado pela tirania do episcopado. Muitos pastores querem deixar de ser prego e virar martelo. Para isso há “revelações” e delações.


MAZINHO (leigo de Bela Aurora) – Também sofreu abandono na IM quando estava em Benfica, com sua esposa, de onde foram excluídos. Teme pelo futuro, pelo amanhã da igreja de Bela Aurora. A Igreja tem se mostrado cruel para com aqueles que não pactuam com a linha atual de pensamento.


MESSIAS - faz uma leitura diferente do atual estado de coisas na Igreja Metodista. Não vê tanto sofrimento entre leigos e pastores como o Ramon afirmara! Para ele a grande maioria dos leigos e pastores metodistas estão satisfeitos com a atual proposta de Igreja. Ela é tida como o desfecho de um processo iniciado pelo MOCA Movimento de Oração Coração Aquecido a partir da década de 80.


Disse ainda que o grupo confessante é parte de uma minoria inquieta que quer recuperar os valores centrais da tradição teológica e histórica da Igreja Metodista, esvaziadas em todo esse processo, principalmente a partir do último Concílio Geral da Igreja. Mas, na verdade, -ressaltou- se for feita uma pesquisa sobre os “índices de satisfação dos clientes metodistas no consumo dos bens religiosos” o percentual de satisfeitos ultrapassa a taxa dos 98%.


REV. MOISÉS – Sabe que essa crise não será resolvida aqui. Que viu a possibilidade de trazer o grupo para Bela Aurora, mesmo sem ter feito um melhor planejamento disso, atendendo a uma sugestão de sua membresia. No entanto, sente-se muito feliz com a sua decisão. Sente que o poder de Deus está agindo. Que o momento é de acolher e pagar o preço. Está tranqüilo e vai continuar na direção daquilo em que acredita.


DENIS (leigo de Bela Aurora) – Com sua mãe aprendeu o quanto a Igreja Metodista valoriza o dom do amor. Que não foi por rebeldia, mas em função desse dom que decidiram pelo acolhimento do pessoal de Belém. A Igreja o ensinou isso, através de sua mãe.


  • Comentário Isaias Laval

Começamos com um teólogo presbiteriano. Fomos a uma conversa ao pé do fogo (foi mais isso do que debate), já que estávamos em Minas.


IV – O CULTO  MATUTINO EM BELA AURORA – DIA 28/11/2010


Presença do coral da Igreja com belos hinos


Dirigente: pastor Moisés Coppe, pastor local


Mensagem do pastor  Adahyr Cruz


Femais pastores no púlpito: Messias, Plínio e Trevenzoli


Leitura do texto bíblico de Mt.5.13-16 -  “ Vós sois o sal da terra e luz do mundo...” (o mesmo do culto de encerramento do encontro de pastores formados até o ano 70, na FATEO, SP, de onde viajou o pastor pregador para estar com os confessantes ).


(Texto reproduzido para publicação do reverendo Adahyr Cruz)


SAUDAÇÕES


- Vivemos um tempo histórico de muitos sinais de fraternidade e compromissos cristãos.

- Aqui em Bela Aurora, desde ontem, realizamos um encontro que o Espírito Santo inspirou para o testemunho do amor entre os irmãos que verdadeiramente se amam.

- Saudamos em Cristo os irmãos (ãs) que vieram de Belém, para renovarem aqui suas esperanças de continuarem, como comunidade de fé, dentro de nossas tradições metodistas.

- Saudamos todos os irmãos (ãs) da Igreja de Bela Aurora e a seu pastor Moises, pela festa de acolhimento à Congregação de Belém.

- No amor de Cristo não há espaço para exclusão e separação, ninguém fica de fora porque a missão que é de Deus inclui a todos.

- Saudamos os companheiros da comunidade Metodista Confessante, que mostra calor humano e solidariedade, com a presença aqui de vários de seus representantes.


O EVANGELHO DE HOJE: “Vocês são sal da terra e luz do mundo”.


O texto é parte do Sermão do Monte. Refere-se ao encontro de Jesus com a multidão, mas em especial, com seus discípulos. Jesus prepara os discípulos para a grande missão de evangelizar o mundo. Os discípulos são:


- Portadores do Evangelho, da boa nova.

- Os acreditavam e acreditam na partilha, na tolerância e solidariedade entre as pessoas.

- Os que são depositários da nova justiça do Reino de Deus.

- Os que queriam caminhar com Jesus, em meio a lutas e decepções, mas na esperança de vitórias por meio do serviço em amor.


O envio dos discípulos consistirá na consciência da unidade entre eles e com todos os que anseiam por uma sociedade nova, sem discriminação e igualitária.  Então, a UNIDADE e o SERVIÇO são pontos essenciais da missão dos discípulos. Essa missão acontecerá pelos atos da piedade e pelas obras de misericórdia, numa linguagem wesleyana, sem o que, perde-se o sentido em ser discípulo, em ser Igreja.


Portanto, através do testemunho visível dos discípulos, como está sendo sinalizado aqui entre Belém e Bela Aurora, a presença e ação de Deus são percebidas. Ser sal e luz é o mandato do mestre.


·         Devemos fortalecer laços, na família, na comunidade de fé, e na comunidade em geral, unidade para construir, renovar, fechar cicatrizes e abrir caminhos. Unidade para renovar forças. Isso é o que está sendo feito em relação aos irmãos de Belém.


·         Senti-me chamado para o ministério pastoral ainda criança e mais tarde quando aguardava a realização do sonho, fui banido pela intolerância da cúpula da Igreja na época, com quase 50 colegas, no absurdo fechamento da Faculdade de Teologia em 1968.  Perdeu-se uma geração de jovens, pela força do autoritarismo, renúncia ao diálogo e intolerância. Muitos saíram e não puderam contribuir através da Igreja Metodista para a sociedade, ocupam hoje cargos relevantes, porém fora da Igreja, devido ao expurgo dominante na época da ditadura. Muitas vezes quando a Igreja exclui, a sociedade chama e acolhe. O Reino de Deus é mais do que a Igreja.


·         Há muitas maneiras para sermos sal e luz no mundo, é preciso criatividade para ser discípulo e Igreja de Esperança. Há hoje um erro absurdo na concentração e valorização do culto pelo culto; do “louvor” exclusivo. Há necessidade de conteúdo e profundidade nos cantos e mensagens, o que se vê é superficialidade. Assim, devemos rever e avaliar a igreja, sempre. Esta que tem sido destruída pelo famigerado G12, que arrastou muitos pastores e leigos para fora. Isso acontece quando as marcas do evangelho do amor e serviço são deixadas em outro plano, quando as marcas do metodismo são esquecidas e desvirtuadas. Outro grande equívoco hoje é o esforço para promover uma igreja de hegemonia pentecostal, bispos, leigos, pastores e pastoras, é a moda e dizem que por aí a igreja cresce, o que não é verdade. Mas a Igreja de Cristo é da diversidade de dons e ministérios, isto é de Jesus, é de Paulo, é de João Wesley. Esta visão está sendo perdida. A pluralidade é salutar ao crescimento orgânico, qualitativo e, ao conseqüente numérico.


·         O Espírito Santo pode mudar esta igreja, transformá-la numa igreja mais sadia, nunca pura. Não devemos esquecer a sua natureza tanto divina quanto humana.  Para onde iremos nos caminhos que estamos indo? A ênfase social  que sempre foi marca na evangelização metodista, está acabando. Lembro-me do bispo Isac Aço, grande profeta de Deus, com quem trabalhei no Rio Grande do Sul, que sonhou com um trabalho social em cada igreja e muito conseguiu enquanto viveu. Isso quando se implantava o Plano para a vida e missão da Igreja (PVMI). A Igreja hoje quase nem se lembra desse documento, mesmo os bispos. Em determinados atos, como a exclusão dos irmãos de Belém, entre outros, as pastorais são rasgadas por bispos que as subscrevem. Irmãos, não vim pregar para destruir a igreja, vim clamar pela sua retomada de rumos e identidade.


·         Somos igreja do Senhor, que deve estar no caminho do ecumenismo (da oikoumene), da casa de Deus para todos e do diálogo com o diferente. Muitos repudiam e satanizam as religiões de matrizes africanas e muito é pelo ranço do racismo. Ser cristão e metodista não me impede de dialogar com eles, no que for possível, estarmos juntos para prestar serviço à sociedade.   Defendemos direitos humanos ou se fala nisso, mas não queremos enxergar seus direitos. Somos chamados à evangelização de todos, à conversão. E o que é conversão? É a volta para Deus, o Pai, gerador de todo bem humano, e assim, passarmos a ser filhos dele para a bondade, para a misericórdia, para o amor,  solidariedade e tolerância. A bíblia fala deste Deus, desde a criação, dos profetas, e da obra de Cristo.


·         A religião da magia parece que chegou como se Deus atendesse alguns e a outros não. Ele atende a todos, ouve o clamor de todo povo. Não é Deus exclusivista, que conduz uma ou outra igreja, que atende o clamor de um povo e se esquece dos outros.


·         Há quinze anos coordeno a Pastoral Indigesta, com os índios guaranis no Espírito Santo. Dentre as muitas ações de inclusão realizadas, na convivência com esse povo temente a Deus, fizemos grande empenho, com o diretor prof. Francisco Cetrulo, para a colher vinte e cinco índios que foram aprovados no vestibular. Mas com a decretação do fechamento da Faculdade, inviabilizou o projeto, mas não perdemos a esperança em apoiar os índios. Os índios também cabem no nosso abraço da inclusão.


·         A Palavra de Deus irmãos, nos chama à resistência a qualquer tipo de injustiça contra nós e nosso próximo. Não podemos esconder nosso testemunho, como a lâmpada debaixo da mesa, mesmo que perseguidos, para que a justiça venha e o amor seja proclamado. A M É M!


CONCLUSÃO: Recordando palavras do rev. John Wesley (extraído da liturgia do culto de encerramento na FATEO, do Reencontro de ex-alunos e alunas até o ano 70, em 27/11/10, conforme volume I, n° XXIV, páginas 499 a 517, Imprensa Metodista 1953. O texto, porém, não é uma inscrição literal de todo o sermão. A editoração suprimiu trechos, mas sempre preservando o sentido original)


”(...) Tenciono mostrar que o cristianismo é essencialmente uma religião social e que, torná-lo em religião solitária é, na verdade, destruí-lo”.


“Quando digo que esta religião é essencialmente social (...) (digo) que não pode subsistir de modo nenhum à margem da sociedade, sem viver e tratar com outros (...). Transformar o cristianismo em religião solitária é destruí-lo. Não que (...) condenemos a intercalação de períodos de retiro ou de solidão na vida social. Isto é não apenas compreensível (...). Digo mais: é mesmo necessário. Todavia, tal retiro não deve absorver todo o nosso tempo: isto destruiria a verdadeira religião, em lugar de a desenvolver.”


“A religião descrita por nosso Senhor não pode subsistir sem que vivamos em meio de outros e com eles nos comuniquemos (...). Vários aspectos essenciais desse ensino não teriam razão de ser se não tivéssemos contato com o mundo.”


“É essencial ao cristianismo a mansidão, a doçura, a delicadeza e a tolerância, vividas no intercâmbio com outras pessoas.”


“É essencial ao cristianismo a promoção da paz e o fazer o bem. É impossível a quem quer que possua a verdadeira religião de Jesus Cristo ocultá-la aos outros, isso nosso Senhor esclarece por meio da dupla comparação: ‘Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre o monte. ’ Vós sois cristãos, ‘ a luz do mundo’, quanto ao vosso caráter e as vossas ações.”


“Uma religião secreta, imperceptível, não pode ser a religião de Jesus Cristo. Se o cristão ocultar-se, não poderá ser comparado à ‘ cidade situada sobre um monte’. Deus tem falado ao mundo em todas as idades não só através de preceitos, mas também por meio do exemplo. Ele ‘não se deixou a si mesmo sem testemunhas’ em ação alguma onde se tenha feito ouvir o som do evangelho”.


“Brilhe vossa luz – vossa humildade de coração, vossa ternura, mansidão e prudência: vossa seriedade, vossa gravidade mo tocante às coisas eternas e vossa tristeza pelos pecados e misérias dos homens; vosso ardente desejo de santidade universal, da completa felicidade em Deus; vossa amável boa vontade para com todos os homens e vossa fervente afeição a vosso supremo Benfeitor. Esforçai-vos para que não se esconda essa luz com que Deus vos iluminou a alma, mas deixai-a brilhar diante dos homens, diante de todos aqueles com quem vos puserdes em contato, em todo teor da vossa conversação”.


“Brilhe vossa luz (...) para que veja vossas boas obras. Assim, longe esteja o cristão de intentar ou esconder sua religião. Seja vossa preocupação colocá-la no velador, para que alumie a todos os que estão na casa. Somente tomai cuidado em não buscardes nisso vosso próprio louvor, em não desejardes para vós mesmos qualquer honra; mas vosso único objetivo seja o de que, vendo alguém vossas boas obras ‘glorifiquem a vosso Pai que está no céu. ’”


Após a mensagem, o Rev. Moisés chama à frente e apresenta os novos membros belenenses. Cada um dos outros nove, que não puderam vir é representado por um confessante presente ao culto (Jaider, Cetrulo, Cibele, Isaias, Jessé, Regina, Laval, ....)


Declara: “Não concordamos com a exclusão, com a discriminação daqueles que são chamados a atuar na igreja e fora da igreja. Pessoas que têm uma vida de testemunho e compromisso com a nossa Igreja. É esse o motivo desse gesto profético de acolhimento desse povo. São 17, porém apenas 8 estão presentes”.


Nesse instante é feita a conexão pelo skype, através da ação de uma turma de jovens  da igreja de Bela Aurora, passando o pastor a falar também com o pessoal que ficou em Belém, sendo cada um deles apresentado, pelo telão, à igreja  em J. Fora, inclusive Dona Gertrudes, mãe da Fátima, fundadora do trabalho metodista em Belém. Outros irmãos dessa comunidade estão em Cabo Verde e na Alemanha.


O culto é encerrado, havendo ainda a apresentação de um vídeo pelo grupo de Belém mostrando a culinária, as belezas e riquezas daquela terra.


Todos são convidados a participar de um Churrasco.


  • Comentário de Cibele Paradela:

Pela manhã, tivemos um culto belíssimo, com o coral cantando “Maravilhosa Graça” e outros hinos. Foi lindo ver a congregação cantar: "Não é dos fortes a vitória, nem dos que correm melhor..."


O Pastor Adahyr, o da câmera vermelha, foi o pregador e nos trouxe uma bela mensagem. No fim do culto o pessoal de Belém serviu castanha do Pará, bombom recheado e raiz de patchouli, uma raiz aromática para ser usada no guarda-roupas. Ester passou um filme de Belém muito interressante e bonito.


Acabado o culto comemos um churrasco maravilhoso feito pelo Sr. Pinheiro, com o Márcio Quáglio.


Gente, é incrível a ligação afetiva, o amor que o pessoal de Belém tem com o Cetrulo, que pra eles ainda é o pastor, e pela sua esposa Sílvia Regina. Foi emocionante ver o encontro de alguns de Belém, 20 anos depois, com o Cetrulo e Silvia Regina.


De São Paulo estava presente o Isaías Laval, que levou seu irmão Carlos, Confessante, de  Monte Castelo – JF. De Cataguases estavam Marcos e Jessé, que também foi “puritano” no Granbery.


  • Comentário de Isaias Laval: 

O culto da manhã dominical foi um primor. E até significando inclusão, cheio de emoção, lá estava Reverendo Adahyr cantando no coral de Bela Aurora. Foi vibrante o cântico tanto do coral, quanto da congregação, nos hinos e no louvor. “Nas estrelas vejo sua mão...” com pessoas de todas as idades e identidades cantando com igual entusiasmo.


Reverendo Adahyr, tanto cansado como emocionado, com sua mensagem incisiva, verdadeira, ao mesmo tempo denunciando o pecado e, como um pastor, conduzindo as ovelhas, carregando todos nós no colo. Nós precisamos disto. Gostei de ver Reverendo Plínio, jovem valor, por lá. A liturgia foi dividida com os irmãos presentes. Ester, de Belém, acendeu simbolicamente, com os irmãos de Belém, a primeira vela do Advento. Eu estou orgulhoso de ter incluído meu irmão, Carlos, de Monte Castelo, que foi abraçado e acolhido por todo o Grupo. Ele é o início da nossa caminhada num abraço às pessoas mais simples, que não têm o computador como ferramenta habitual.


Preciso aqui falar do Rafael, regente do Coral. Sua capacidade musical com o seu jeito artístico de se harmonizar com a congregação é notável. Ele é filho do Carlos Rodrigues, meu primo. José Rodrigues, seu pai, quando Carlos era um de cinco menores, casou com minha Tia Paula Laval, que cuidou de todos. Quando meu pai esteve doente, jamais faltou a solidariedade metodista de José Rodrigues, que ia sempre lá em casa verificar como estavam as coisas. Preciso me aproximar mais desses meus parentes e irmãos. Tenho grande alegria de vê-los na Igreja.


V - O CULTO VESPERTINO – 18 horas


Muita tensão entre alguns. Afinal, o vôo de parte da turma para Belém era às 22h22. Dessa forma, o mais seguro seria eles saírem do templo às 18h45.


Muitíssimo tranqüilo, o Rev. Moisés conduziu o culto normalmente. O Coral fez apresentação de músicas natalinas, Cléber e Cibele Paradela, além de uma terceira irmã, foram recebidos na igreja, também por transferência.


Envolveu o(a)s irmãos(ãs) de Belém nas leituras. Saulo Baptista trouxe uma breve reflexão. A santa Ceia foi ministrada.


Tudo como programado. Enquanto o Coral cantava a “Bênção Antiga” os irmãos belenenses forma saindo do templo, acompanhados do Rev. Moisés, com destino ao Rio. Muito bonita essa saída.


O Rev. Messias conduziu o encerramento do culto.


  • Comentário de Cibele Paradela:

O Encontro de Bela Aurora foi maravilhoso. Foram dois dias inesquecíveis, fomos muito bem recebidos pelas pessoas da igreja, com muito carinho, lanche, almoço e muito calor humano.

O culto à noite foi lindo e corrido. Com direito a pregação do Saulo que em 10 minutos, fez uma mensagem ótima. Não sei como o Rev. Moisés conseguiu, teve cânticos, Ceia, pregação.


Voltamos para o Rio com o tempo arrochado para os irmãos não perderem o vôo. Dentro da Van, em cada banco, uma lembrancinha do Encontro dada pelo pessoal de Bela Aurora.


Também colocaram na Van um lanche delicioso, de um pão quentinho recheado com queijo e presunto, super gostoso, com refrigerante. Nos deliciamos, especialmente o Pastor Moisés, que comia com a alegria de uma criança.


Gente! Nossa viagem foi realmente incrível. Cheguei em casa salva das balas do Rio de Janeiro, que parece uma guerra com tantos policiais armados nas ruas.


Voltando ao nosso encontro, tivemos a presença brilhante do Jaider e Teresa no debate de sábado.


Tem uns casos engraçados, como o Jaider pulando o alto portão de ferro do Sítio onde dormiu com Nádia, Francisco Cetrulo e Regina.


Também as malas da Fátima que ficaram no carro do Cléber e a Teresa nervosa com as suas malas que foram passear no supermercado ...


Obrigada a todos os organizadores que possibilitaram esse Encontro. Vai deixar saudades!  Obrigada, membros de Aurora, por nos receberem tão bem!

Abraços confessantes,


  • Outro Comentário de Cibele

E me considerei uma privilegiada por ter viajado com o pessoal de Belém na ida e na volta, os conheci melhor. Eles são muito alegres, divertidos. Ester até me ensinou uma oração pra quem tem família grande. Rimos a viagem toda de volta ao Rio. Quando eu resolvia ficar quieta, a Fátima já perguntava porque eu estava tão calada. Meu falatório e o de Ester era interminável (só faltou você, Dalva, pra completar), mas os outros irmãos de Belém, davam uns pitacos, e a conversa nunca acabava. Pastor Moisés lá na frente da Van, de ouvidos em pé, soltava comentários sutis.


 Até me esqueci do Complexo do Alemão durante a viagem. Cheguei ao Rio muito feliz!


  • Comentário de Isaias Laval

Bela Aurora foi "inclusão" o tempo todo! Uma obra de arte dos irmãos daquele "oásis" e dos organizadores.


Reverendo Moisés, achei lindo o senhor ir até o Rio buscar os novos membros e acompanhá-los até o aeroporto do Rio na volta. Fiquei ali perto da Van, na partida, emocionado também ao ver em ação um pastor cuidando com carinho extremado de suas ovelhas. Foi lindo mesmo!


  • Comentário de Dalva Dianin

É quando desponta a aurora que o choro de uma noite se transforma em risos. Eu, que também sou “da alva”, pude ser testemunha da luz que em “Bela Aurora” brilhou nesse fim de semana. Em comunhão com nossos irmãos de Belém, no primeiro domingo do Advento, tendo Moisés como nosso pastor, e homens, mulheres, jovens e crianças, metodistas de boa vontade, a anunciar as boas novas da esperança, da fé e do amor concretizadas no acolhimento.


ACOLHIMENTO! Foi essa a palavra de ordem do evento. Como outrora, os irmãos foram recebidos nas nossas casas. Corações aquecidos pelo relacionamento, pela comunhão, pelo riso franco, pelo compartilhar das emoções, lágrimas, tristezas e alegrias. Abnegação de alguns, comparecimento de todos, pizzas no fim de noite. O corpo pedindo descanso e a alma aflita querendo que o tempo andasse devagarzinho. “Carpe diem”.


Na “bela aurora” do domingo, soou uma melodia que nos trouxe à memória tempos de irmandade metodista convicta “Vigiar e Orar embora o céu sereno pareça um dia calmo anunciar...”


  • Comentário de Nancy Cardoso (não esteve presente em JF)

“Aurora”, a bela à comunidade metodista de Bela Aurora, minha gratidão e reconhecimento!

 A artista plástica Carmela Gross, (www.carmelagross.com.br/portu/biografia.asp) organizou uma instalação de luz/poesia com a palavra “Aurora”. Qual “Aurora”? O amanhecer? Uma qualquer? Alguma? A marchinha antiga e ingênua de Mario Lago do carnaval de 41? A Rua Aurora em SP?  As palavras podem ser tanta coisa ao mesmo tempo.


Em 2007, Carmela Gross participou com esta instalação da II Bienal de Moscou. Quem acompanhava o processo de instalação da obra em Moscou (“uma caligrafia dura e volátil de lâmpadas fluorescentes” que exige uma grande estrutura) conta que os traços e luzes não faziam nenhum sentido para os trabalhadores que executavam o projeto nem para os passantes. Aos poucos, o traçado enorme “AURORA” se impôs e os operários perguntaram: “Aurora, the ship?” fazendo memória do navio que serviu como cenário importante na revolução de 1917.


Os entendidos em arte chamam a atenção para a força de texto/imagem da obra de Carmela: entre a palavra e a forma, significado e significante, história e cotidiano, fabricação da coisa e o significado.


Eu leio assim o trânsito Belém-Juiz de Fora, as acolhidas, a teologia, a fraternidade e as promessas confessantes deste final de semana. Ainda estamos no claro-escuro da experiência metodista, mas Bela Aurora faz sentido, ajuda a lembrar que o que nos une é mais que saudosismo: vida e missão


Eu leio assim, Bela Aurora e agradeço a “manhãzinha” confessante que celebramos. Nada não de um começo estrondoso, mas fruto da engenharia nossa, do possível escuro-claro metodista em que nos metemos. No dizer mineiro de João Guimarães Rosa:

 O senhor espere meu contado. Não convém a gente levantar escândalo de começo, só aos poucos é que o escuro é claro.  Grande Sertão Veredas, p. 147


  • Comentário de Maria Newnum

Não vou escrever depois estou chorando de alegria. É muita emoção junta... Fui lendo cada linha e fui chorando. Vou curtir o meu choro.

Beijos Confessantes.


  • Comentário de Messias Valverde

Também entendo que o encontro superou as expectativas em todas as instâncias!


Bela Aurora foi, seguramente, palco de um evento digno do nome! A motivação foi crescente de sábado à noite de domingo!


Além da simpatia e dinamismo do grupo de Belém, contamos com o reforço ativo de Cléber e Cibele, Isaias e Carlos Laval, Cetrulo e Regina, Jessé e Marcos, jaider e Nádia, Adahyr, entre outros!


Se não fosse metodista neste final de semana teria me tornado um dos!


Um abraço a todos!


  • Comentário de Cléber Paradela

Nádia que se cuide. É incrível a facilidade com que Jaider pula cerca!

Havia combinado com o caseiro do sítio de meu cunhado, onde eles juntamente com Cetrulo/Regina dormiram, para deixar o portão somente encostado. A sua mulher fechou o cadeado.

O portão é alto e tem finco ponteagudos em cima. Tipo “pega-ladrão”.  Mesmo assim decidi, com meus 102 quilos, enfrentar a situação.


Jaider, bem mais atlético, assumiu esse sacrifício em meu lugar. O cara é um gato. Eu estava com a câmera no carro e não lembrei de fotografar a cena.