quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Falecimento do professor Victor José Ferreira

Falecimento do professor Victor José Ferreira


Com pesar, recebemos notícia do falecimento do Prof. Victor José Ferreira, que tem uma importante contribuição à educação metodista no Brasil. Dentre as várias funções que exerceu na área educacional, ele foi diretor executivo do COGEIME, Instituto Metodista de Serviços Educacionais, entidade que integra e supervisiona a Rede Metodista de Educação. Um culto de ação de graças foi marcado para as 13h do dia 25 de outubro, na Igreja Metodista situada na Pça José de Alencar s/n, Flamengo, próximo ao Largo do Machado, Rio de Janeiro. O sepultamento será no Cemitério São João Batista, em Botafogo, às 16h.




Natural de Volta Grande, Minas Gerais, o Prof. Victor nasceu em 11 de fevereiro de 1943.

Com 11 anos mudou-se para Além Paraíba e aos 14 ingressou como Aluno-Aprendiz da então Escola Profissional Ferroviária, em convênio com o SENAI. Trabalhou durante 37 anos na Rede Ferroviária Federal, como professor e gestor, em diversos setores. Também exerceu várias funções na área educacional metodista: foi membro dos Conselhos Diretores do IEP, Instituto Educacional Piracicabano (mantenedor da UNIMEP, Universidade Metodista de Piracicaba e do Colégio Piracicabano); do Instituto Metodista Granbery e do IMB – Instituto Metodista Bennett, (mantenedor do Centro Universitário e do Colégio Bennett), onde exerceu também as funções de Diretor Geral, Reitor e Diretor do Colégio. Foi também Diretor Executivo do Cogeime, Instituto Metodista de Serviços Educacionais, entidade que integra e supervisiona a Rede Metodista de Educação.



Ao longo de sua vida, dedicou-se com afinco a projetos educacionais, sociais e culturais. Liderou a criação do MPF, Movimento de Preservação Ferroviária, em 1997 e presidia a entidade, cujos objetivos são a preservação do patrimônio histórico ferroviário e a revitalização do transporte sobre trilhos no país. Publicou dois livros inspirados pelas imagens e memórias das ferrovias brasileiras: “O Trilho e a Flor” e “Estórias do Trem”.



Seus esforços foram reconhecidos em várias homenagens. Recebeu título de cidadão honorário de Além Paraíba – MG e de Miguel Pereira – RJ. Recebeu a Medalha Tiradentes, da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro; Medalha Mauá, do Ministério dos Transportes; Medalha do Mérito Ferroviário, da RFFSA; a Comenda Humberto Mauro, pela Prefeitura de Volta Grande. Foi agraciado, em 2007, com o título de Cidadão Solidário, concedido pelo Conare – Comitê Nacional para Refugiados e pelo ACNUR – Alto Comissariado da ONU para Refugiados.



Num breve relato como esse, talvez se possa transmitir uma noção, assumidamente despretensiosa, do que representou toda uma vida de serviço. Inútil seria descrever a admiração que o Prof. Victor despertou pelos lugares em que passou, sempre fazendo muitos/as amigos/as, graças a qualidades como gentileza, dedicação e serenidade – a mesma serenidade que demonstrou do diagnóstico de um câncer agressivo aos momentos finais da despedida. Sua família, também grande e carinhosa, abriu uma página no Facebook especialmente para publicações das notícias e das dezenas de palavras de conforto. Compartilhamos uma dessas postagens: uma poesia de autoria do próprio Prof. Victor, relembrada por sua família:



PAZ
(Victor José Ferreira)

Eu sinto paz, Senhor,
a cada vez que contemplo

a harmonia do universo que criaste.

Sinto-a na infinitude do céu estrelado,
na solidão da mais distante galáxia,
no permanente refluir das ondas
de um mar que não parece ter fim.

Eu sinto paz, Senhor,
no olhar terno da criança,
na mulher que embala o filho,
no velho que sonha com o passado,
na esperança recriada em cada vida jovem.

Mas eu te peço, Senhor,
que a tua paz se revele a mim.
Não apenas no universo que me rodeia.

Eu a quero, Senhor,
na intimidade da minha alma,
ocupando-me todo o coração.

E que esta paz, Senhor,
extravasando de mim,
envolva a todos que me cercam,
fazendo do nosso convívio,
aqui e agora,
uma antevisão do teu reino.


O rev.Sérgio Marcus Lopes escreveu o seguinte poema em homenagem ao prof.Victor:

ETERNO FERROVIÁRIO!

Para Celinéia – em especial! – e para todos os Ferreira e Paradela que tiveram o privilégio de conviver com o Victor!

Caro Victor, grande amigo,
Em viagem para o Além!
Nesta super-ferrovia
Vai em frente, vai de trem!

Tua estrada é bem segura,
Não há nada que temer.
Os seus trilhos são bem firmes
Nada pode te deter.

Seus dormentes são bem postos
Neles podes confiar.
Vê? Não há qualquer perigo
Deste trem descarrilar.

Já cruzaste muitas pontes,
Muitos túneis, meu irmão.
Já chegaste em segurança
A esta última estação.

Todo o tempo o Maquinista
Foi tocando este teu trem,
Com cuidado, conduzindo,
Te levou ao Sumo Bem.

Cá ficamos teus amigos
De saudades a chorar.
Mas espera, pois um dia
Vamos todos te encontrar!...

(com muito, muito carinho, Sérgio Marcus)

Um comentário:

Luiz Carlos Ramos disse...

Os mineiros têm razão, uai: a vida é um trem, um comboio de ferro, uma composição puxada pela locomotiva divina, que desliza por serras e vales desenhando a linha sinuosa da nossa existência. Acho, mesmo, que um certo João deveria ter escrito: “O Verbo se fez trem e apitou entre nós, cheio de fumaça e de verdade.” Pena que nestes tempos modernos os três sejam cada vez mais velozes e passem rápidos como bala. Por mim, preferiria viajar numa velha Maria-Fumaça, sem ter pressa nenhuma de chegar. Mas, se não se pode ter tudo, pelo menos 70. Então, proponho um brinde (quem quiser que me acompanhe): Viva o trem! Viva a vida! Viva o trem da vida!
(Luiz Carlos Ramos)