segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Conselho Diretor da FaTeo se reúne e acolhe carta da Congregação da Faculdade

Conselho Diretor da FaTeo se reúne e acolhe carta da Congregação da Faculdade






O Conselho Diretor da FATEO se reuniu nesta terça, 24 de setembro, acompanhado do bispo-assistente do Colégio Episcopal da Igreja Metodista Paulo Tarso de Oliveira Lockmann, e acolheu uma carta que lhe foi dirigida pela Congregação da Faculdade (conselho integrado por todos os docentes de tempo integral da faculdade mais dois docentes e dois discentes eleitos por seus pares e o presidente do Centro Acadêmico John Wesley).  A carta versa sobre a preocupação do órgão com encaminhamentos recém-comunicados que dizem respeito à futura composição do seu corpo docente e solicita que o Conselho Diretor intermedeie um processo de diálogo sobre o tema. Segue o conteúdo.
São Bernardo do Campo, setembro de 2013. 
Aos  membros  do  Conselho  Diretor  da  Faculdade  de  Teologia  da  Igreja Metodista.
Nesta.
Estimadas irmãs e estimados irmãos,
“Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens [e mulheres] as suas transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação” (2Co 5.19).

A Congregação da FATEO, reunida em 02 de setembro do corrente ano, refletindo  sobre  as  últimas  decisões  do  Colégio  Episcopal  quanto  ao funcionamento  e  gestão  da  Faculdade  de  Teologia,  aprovou  o encaminhamento  de  uma  carta  ao  Conselho  Diretor,  que  respeitosamente explicita as seguintes considerações abaixo:
a.  Reafirmamos  a  necessidade  de  constante  diálogo  entre  a  FATEO, Conselho  Diretor  e  Colégio  Episcopal.  Decisões  unilaterais  geram transtornos pessoais e institucionais;
b.  O corpo de colaboradores da FATEO [docentes e administrativos] tem a consciência de sua vocação e missão para com o Reino de Deus e a Igreja Metodista e, nos últimos anos, presta serviços que são dirigidos ao  corpo  da  Igreja  Metodista  e  das  Igrejas  Irmãs,  dentro  da  área  da formação e capacitação da membresia leiga e clériga [Cursos Bacharel Presencial  (matutino  e  noturno)  e  à  Distância,  Teológico  Pastoral, Integralização de Créditos; Centros: Otília Chaves, Memória Metodista, Liturgia, Arte e Homilética, Estudos Wesleyanos; intercâmbios discentes e  docentes,  nacionais  e  internacionais;  Projetos  Missionários: Solidariedade  com  a  África  e  Solidariedade  com  a  Região  Andina; Editeo; assessoria ao Colégio Episcopal e aos diversos segmentos da Igreja];  além  do  envolvimento  de  docentes  e  estudantes  com comunidades  (pastoreio  de  igrejas  locais  e  participação  no  Projeto  de Revitalização  de  Igrejas  na  3ª  RE)  e  o  atendimento  pastoral  à comunidade interna e externa da Faculdade de Teologia.
c.  Se, por um lado, o atual momento do sistema educacional metodista no País passa por profundas mudanças, inclusive com a centralização na gestão,  por  outro  lado,  espera-se  que  a  FATEO  tenha  sua  autonomia respeitada  dentro  do  marco  regulatório  que  a  própria  Igreja  Metodista estabelece  em  sua  legislação,  isto  é,  a  gestão  da  FATEO  se  dá  pelo diálogo  permanente  entre  Colégio  Episcopal,  Conselho  Diretor  da FATEO e reitoria da FATEO;
d.  Como uma casa responsável pela formação do ministério pastoral para a  Igreja  Metodista  e  também  de  outras  denominações,  a  FATEO  tem assumido  ao  longo  de  sua  história  a  postura  de  uma  pastoral  de  acolhimento  dentro  da  diversidade  própria  que  o  mundo  eclesiástico vivencia,  em  especial,  no  contexto  metodista  brasileiro.  Assim  sendo, reafirmamos  a  necessidade  de  gestos  pastorais  inclusivos  nos processos  administrativos.  Causou-nos  profunda  comoção  as informações oficiosas e depois as informações oficiais da demissão de pessoas de nosso quadro de colaboradores;
e.  Por fim, de forma respeitosa, solicitamos a este Conselho  a construção de uma linha de diálogo com o Colégio Episcopal onde se deva pautar a necessidade de  revogação  das  demissões anunciadas.  Cremos que  é possível construir um caminho para adequar as questões econômicas e políticas que envolvem a FATEO e IMS, bem como a construção de um  “programa de renovação” dos docentes de tempo integral que se realize por meio de  critérios precisos  ou  pelo  voluntariado  ou  ainda por  outro caminho dialogal que garanta a tranquilidade do corpo de colaboradores da FATEO.
Na certeza de que o ministério da reconciliação é um caminho para uma Igreja  Ministerial  nos  despedimos.  Pedimos  a  Deus,  em  oração,  que  as  questões  que  nos  envolvem  no  momento  sejam  gestadas  pelo  Conselho Diretor sob a orientação divina.
Fraternalmente, 
Congregação da Faculdade de Teologia. 


O Conselho Diretor também acolheu uma carta que lhe foi remetida pelo Centro Acadêmico John Wesley revelando semelhante preocupação e solicitando processos de diálogo com os/as estudantes.
Publicado originalmente em http://www.metodista.br/fateo/noticias/conselho-diretor-da-fateo-se-reune-e-acolhe-carta-da-congregacao-da-faculdade/view

RESPOSTA DO PRESIDENTE DO CONSELHO DIRETOR DA FATEO À CARTA REMETIDA PELA CONGREGAÇÃO DA FACULDADE
Em resposta à carta que lhe foi remetida pela Congregação da FaTeo, o presidente do Conselho Diretor da Faculdade enviou a seguinte mensagem:

Campinas, 26 de setembro de 2013 

Aos membros da Congregação da Faculdade de Teologia da Igreja Metodista
São Bernardo do Campo, SP
A/c do vice-reitor em exercício – Prof. Dr. Nicanor Lopes

Estimados irmãos e irmãs, saúde e paz!
Comunico  que  o  Conselho  Diretor  da  Faculdade  de  Teologia,  reunido  em  24  de setembro  nas  dependências  da  FATEO,  recebeu  a  carta  enviada  pela  Congregação,  na  qual explicitam algumas considerações relativas “às últimas decisões do Colégio Episcopal quanto ao funcionamento e gestão da Faculdade de Teologia”.
Reconhecendo  a  importância  deste  fórum  que  auxilia  na  administração  da  FATEO, conforme  disposto  nos  artigos  16  e  17  do  Regulamento  dos  Estatutos  da  Faculdade  de Teologia da Igreja Metodista, nos dispomos a apresentar as considerações assinaladas por essa egrégia  Congregação  a  aqueles  a  quem  representamos  –  Colégio  Episcopal.  Decidimos  por fazer a apresentação destas considerações através de ma reunião do Conselho pleno com o Colegiado dos Bispos e Bispa.
Para implementar tal ação, no dia 25 de setembro, quarta-feira, reuni-me na qualidade de presidente do Conselho Diretor, com o Revmo. Bispo Adonias Pereira do Lago, Presidente do Colégio Episcopal. Estamos ajustando uma data possível para efetivação desta reunião.
Aproveito o ensejo para expressar minha admiração e respeito por todos os membros desta  nobre  Congregação  e  afirmar-lhes  que  também  creio  no  ministério  de  reconciliação. Imprimiremos esforços para construir canais de diálogo.
Termino  esta  missiva,  compartilhando  meu  sentimento:  Antes  de  ser  presidente  do Conselho, sou um pastor. A Igreja Metodista quem me forjou neste ministério, ensinando-me este olhar...  olhar  pastoral  Por  isso, vejo  pastores e pastora  (Colégio  Episcopal),  dialogando com pastores e pastoras (Conselho Diretor – clérigos/as e leigos/as), que tratam com pastores (Diretoria  da  FATEO),  que  gestam  a  escola  para  que  pastores  e  pastoras  (professores  e professoras  –  clérigos/as  e  leigos/as),  ministrem  aulas  paras  futuros  pastores  e  pastoras (alunos e alunas - – clérigos/as e leigos/as). Somos uma comunidade de pastores e pastoras.
Portanto, precisamos construir caminhos para que a ação pastoral seja a premissa que reja nossos diálogos no tempo presente.
Na esperança de ser canal de bênção,

Rev. Paulo Dias Nogueira
Presidente do Conselho Diretor da FATEO

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Abaixo Assinado - Por uma FATEO Autônoma

Abaixo Assinado - Por uma FATEO Autônoma

Está sendo divulgado na internet através de e-mails e redes sociais uma iniciativa de alunos e ex-alunos da Faculdade de Teologia da Igreja Metodista que visa coletar assinaturas solicitando ao Colégio Episcopal que reveja sua decisão, considerada autoritária e injusta, de demitir professores, reduzir a hora-aula e reduzir o quadro de doutores no corpo docente da FATEO.

Segue abaixo o texto da carta e link para assinar e demonstrar apoio:



Para:
Colégio Episcopal da Igreja Metodista do Brasil
Conselho Diretor da Faculdade de Teologia da Igreja Metodista 
Todos os cantos do mundo, 23 de setembro de 2013.

Caríssimas/os membros do Conselho Diretor da Faculdade de Teologia da Igreja Metodista,

Nós, ex-alunas/os da Faculdade de Teologia da Igreja Metodista – que integra a Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) – recebemos com profunda preocupação e revolta a notícia da intervenção do Colégio Episcopal nesta instituição, que resulta na demissão de professores, na redução do quadro de doutores e na diminuição de horas-aula. Além disto, a atual situação é fruto de um projeto que deseja a demissão de todos/as os/as atuais professores/as até 2016.

Não resta dúvidas em nossas mentes que esta intervenção é autoritária, inconsequente e injusta. Ela é autoritária porque jamais contou com o apoio e dicussão da comunidade acadêmica da FaTeo, seu corpo docente e discente, bem como a ampla comunidade universitária da UMESP. Uma igreja que defende os princípios éticos da democracia, do bom senso e da valorização do ser humano, além de defender a educação como parte de sua missão, se contradiz quando dá um passo como este no sentido de restringir o diálogo e tratar com ingratidão a história de dedicação com que a FaTeo foi construída, sobretudo pelo esforço de professores/as e com o apoio de estudantes de outras confissões religiosas.

A intervenção também é inconsequente, pois não mede os desdobramentos que pode trazer à vida institucional da FaTeo, seu reconhecimento acadêmico e a qualidade de sua educação. Com esta decisão, a Igreja Metodista parece demonstrar sua incompetência em compreender sua ação educacional na área teológica e a confunde com as sutilezas de disputas de poder intraeclesiásticas. Em suma, o Colégio Episcopal confunde a vocação acadêmica de um/a professor/a com o processo de nomeação pastoral. O que mais surpreende nesta intervenção é a forma com que ela ofende diretamente alguns dos princípios básicos defendidos por documentos metodistas, os quais o Colégio Episcopal deveria defender. Além disto, em última instância, a decisão do Colégio Episcopal fere a autonomia universitária e compromete a concessão pública do ensino de teologia.

Finalmente, a intervenção na FaTeo é injusta porque deixou de considerar a razão pela qual alunos/as não-metodistas (responsáveis por parte significante do ganho financeiro desta casa) escolhem esta instituição: por sua abertura teológica para o diálogo e sua credibilidade acadêmica diante do governo e das igrejas. Manifestamos assim nosso descontentamento.

Como ex-alunos/as desta casa, nos sentimos no direito e no dever de defendê-la e lutar por ela. Não apenas nossos currículos estão marcados por nossa passagem na FaTeo, mas nossas vidas inteiras. 
Atenciosamente,


Esclarecemos que esta carta e este abaixo-assinado não são iniciativa da Rede Metodista Confessante. Todavia, sua pauta também reflete algumas das preocupações que expressamos em nosso manifesto, sobretudo no ítem A e desta forma também tornamos público nosso apoio a esta iniciativa de alunos e ex-alunos da FATEO. 

Também consideramos que isto demonstra que as atitudes autoritárias do Colégio Episcopal estão repercutindo fortemente no corpo clérigo e sobretudo leigo da Igreja Metodista e fora dela. Um grupo que representa uma linha teológica da Igreja Metodista domina as estruturas de poder e, ainda que seja representativo numericamente, impõe sua forma de pensar de maneira autoritária, desrespeitando a diversidade e pluralidade de dons e ministérios que compõe a Igreja Metodista, constrangendo, perseguindo, punindo e retaliando contra pessoas que não se alinham à ideologia hegemônica atualmente implantada.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Assédio Moral por Parte das Lideranças da REMA (Região Missionária da Amazônia) contra Acadêmica de Teologia - Parte 2

Assédio Moral por Parte das Lideranças da REMA (Região Missionária da Amazônia) contra Acadêmica de Teologia - Parte 2




Dando continuidade à divulgação do processo de assédio moral empreendido pela REMA contra a acadêmica de teologia Maria Renilda Tavares dos Santos, seguem outras informações a respeito do caso.

De acordo com a acadêmica Maria Renilda Tavares dos Santos, até o momento ela não foi ouvida pela Comissão Ministerial Regional ou pela COREAM da REMA. Segundo ela estas são as razões alegadas pelo Superintendente Distrital, pelo bispo da REMA e por outras lideranças regionais para sua exclusão e abandono, conforme mensagens recebidas por ela já divulgadas anteriormente:

Nas palavras do Bispo da REMA, são alegadas as seguintes razões para a não recomendação de continuidade dos estudos:

1.    “Não desistiram do que eles chamam de  "roteiro cultural"
2.    “Torna completamente inviável qualquer atividade em conjunto.
3.    “Eles querem usar nossas comunidades como "cobaias".
4.    “O interesse maior é deles e não nosso.
5.    “A irmã fez a opção de ir para São Paulo para estudar teologia, não estando mais em atuação na sua igreja local nem na Rema.”
6.    “Nem eu e nem o Pr. [SD] deu a você qualquer credencial para representar a Rema.”
7.    “A relação da Igreja Metodista com a Comunidade Maruwai, provocou certo desconforto na Área Nacional, especialmente por parte do Presidente da Igreja.”
8.    “Os projetos precisam passar e ser encaminhado para parecer do Bispo da Região.”
9.    “Não sabe de outras coisas que aqui estão acontecendo, especialmente depois, que pela primeira vez tivemos a visita do Colégio Episcopal por ocasião do seu Retiro Espiritual em Manaus no último fim de semana.”
10.  “A irmã informa a realização do seu projeto em Manaus e cita a Rema como sua parceira.”
11.  “Nunca recebi nenhuma informação da sua parte sobre esse projeto.”
12.  “Não foi nada combinado e nem acertado qualquer detalhe (data e outros) com o Pr. [SD].”
13.  “Para nós da Rema, esta fora do nosso projeto missionário.”
14.  “Alerto a irmã para não passar uma falsa imagem da Região Amazônica, pois não é uma região de miseráveis e empobrecidos, especialmente Manaus.”
15.  “Minha preocupação de projetos que são realizados sem a cobertura eclesiástica da Igreja Metodista sem o aval das autoridades competentes.”
16.  “Missionário/a é uma função eclesiástica com nomeação episcopal para um campo missionário específico e o que me consta a irmã não tem essa nomeação.”
17.  “A irmã oferece sua conta bancaria para receber doações como missionaria.”
18.  “As iniciativas foram unilaterais.”
19.  “A irmã vai precisar primeiro tomar conhecimento da nova missão, a visão missionária que estamos implantando na Rema é bastante diferente da anterior”
20.  “A irmã corre o risco de estar falando de coisas que não estamos fazendo mais e não falar das que estamos fazendo.”
21.  “Estive com você na Fateo lhe recomendei que você se dedicasse ao que você foi fazer aí, ou seja: estudar”.

Segundo relatos, foi alegado que a acadêmica desenvolve projetos que não tem relação com a FATEO, com a Igreja Metodista ou com a REMA. Tal alegação por parte da liderança da REMA é incorreta porque a acadêmica foi recomendada para a FATEO e que seu projeto junto às comunidades indígenas e ribeirinhas da periferia de Manaus é justamente o subsídio para o desenvolvimento de seu trabalho de conclusão de curso, visando a aplicação prática e missionária dos conhecimentos adquiridos na Faculdade e também os princípios do Plano para a Vida e Missão, do Credo Social e dos Planejamentos Estratégicos Missionários. Além disso, foi divulgado que a acadêmica não se apresenta aos pastores da Igreja Metodista em Manaus quando está em período de recesso acadêmico, que não tem sido diligente junto à sua comunidade (Manaus), que não tem se dedicado a seus afazeres acadêmicos e mesmo a alegação de que ela não solicitou formalmente a recomendação para a continuidade do seu curso.

Essas alegações são inverídicas como fotos e relatórios apresentados pela acadêmica provam (que pode ser visto na postagem http://metodistaconfessante.blogspot.com.br/2013/09/assedio-moral-por-parte-das-liderancas.html ). Outras são questões burocráticas cuja solução foi encaminhada junto à FATEO e à REMA, sendo apenas pretextos para dar ar de legalidade a um ato arbitrário.

Alegadamente houve falta de agradecimento e crédito a todos aqueles/aquelas que têm andado de mãos dadas com o projeto Sombra e Água Fresca, oferecendo a ele apoio e mesmo assistência financeira e deixou-se 
de reconhecer esse apoio.

Houve um esclarecimento por parte do Projeto Luz e Vida - Missão Amazônia mas isso foi insuficiente para que as pressões e retaliações contra a acadêmica cessassem.

Por fim, após a não-renovação da recomendação e do corte das bolsas habitação e alimentação, a acadêmica enviou uma carta à sua igreja de origem (Igreja Metodista Central em Manaus, reproduzida neste blog em postagem no dia 09/09/2013) descrevendo em detalhes minuciosos todo o processo de exclusão e abandono. Embora a carta tivesse sido amplamente divulgada, o bispo da REMA alegou não ter tido conhecimento da mesma, conforme correspondência reproduzida abaixo.


From: [...]
CC: mrenilda.santos@hotmail.com
Subject: RE: À Igreja do Senhor Jesus Cristo que está em Manaus-AM,
Date: Wed, 31 Jul 2013 11:40:54 -0300
Ola Pr. [...] e demais membros da Coream - Rema.

Graça e paz.
Eu não vou me pronunciar sobre esse assunto até que receba este documento oficialmente como Bispo Presidente da Região Missionária da Amazônia e consequentemente presidente da Coordenação Regional de Ação Missionária da Rema.
Seja qual for a intenção, a Igreja Metodista tem seu canais competentes pelos quais deve transitar as questões afim.
Precisamos de paz e tranquilidade para dar continuidade  a visão missionária que o Senhor nos tem dado e não podemos permitir que nada venha nos distrair, pois como disse Neemias " estamos fazendo uma grande obra ".


Um abraço a todos e todas.

[...] Bispo Missionário - Região Missionária da Amazônia



“Pede-me, e te darei as nações como herança e os confins da terra como tua propriedade.” Salmos 2. V.8


From: mrenilda.santos
Subject: RE: À Igreja do Senhor Jesus Cristo que está em Manaus-AM,
Date: Thu, 1 Aug 2013 18:20:46 -0300

“Ele te declarou, ó homem, o que é bom e que é o que o SENHOR pede de ti: que pratiques a justiça, e ames a misericórdia, e andes humildemente com o teu Deus.” (Mq 6.8)
A ausência de um pronunciamento já era aguardada. A mesma ausência já havia caracterizado este relacionamento. Não houve edificação, seja por meio de palavras, ações ou quaisquer outras formas de expressão.

Entre os destinatários de minha carta não se encontra a presidência regional, pois já é ciente de todos os assuntos que trato, inclusive dos que não foram mencionados nela.

Seja na presidência da Região Missionária da Amazônia, na presidência da Coordenação Regional de Ação Missionária da Rema ou na presidência da República Federativa do Brasil, atentar contra a integridade, segurança e bem estar de um ser humano é crime passível de punição. Não há prudência em se fazer acepção de pessoas. Claras são minhas intenções, e os canais competentes pelos quais devem transitar as questões afins não se limitam, necessariamente, aos da Igreja Metodista que nada tem haver com isto.

Deus não muda. A visão que o Senhor deu à Igreja Metodista do Brasil permanece a mesma e é claramente identificável nos documentos que norteiam as ações missionárias metodistas.

A paz e a tranquilidade desejadas para dar continuidade à visão missionária metodista brasileira serão alcançadas quando a misericórdia e a verdade se encontrarem; quando a justiça e a paz se beijarem (Sl 85.10).

A paz e a tranquilidade desejadas não surgirão antes disso. Se surgirem, é prudente que se verifique o que realmente está debaixo da pele das ovelhas.

Se estamos fazendo uma grande obra, seria igualmente prudente verificar o que o Senhor pede de nós, pois o que Ele quer é que pratiquemos a justiça, amemos a misericórdia, e andemos humildemente com o nosso Deus (Mq 6.8).
No Amor de Cristo Jesus,
Maria Renilda Tavares dos Santos.
“Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura.” Mc 16.15

Outras postagens sobre assédio moral nas igrejas evangélicas:

09 de setembro de 2013

Assédio Moral por Parte das Lideranças da REMA (Região Missionária da Amazônia) contra Acadêmica de Teologia
http://metodistaconfessante.blogspot.com/2013/09/assedio-moral-por-parte-das-liderancas.html

04 de setembro de 2013


Igreja Mundial do Poder de Deus é condenada por assédio moral
http://metodistaconfessante.blogspot.com.br/2013/09/igreja-mundial-do-poder-de-deus-e.html

19 de agosto de 2013

Assédio Moral na Igreja - Prática Nefasta que Urge Combater
http://metodistaconfessante.blogspot.com.br/2013/08/assedio-moral-na-igreja-pratica-nefasta.html

Manifesto a Respeito da Atual Situação da Igreja Metodista

Manifesto a Respeito da Atual Situação da Igreja Metodista




Nós, membros leigos, leigas, clérigos e clérigas, manifestamos nossa preocupação com a atual conjuntura da Igreja Metodista, denominação à qual pertencemos e onde exercemos nossa vocação cristã e nosso chamado de vida.

A Igreja Metodista, ramo do cristianismo protestante surgido como resultado do avivamento evangélico de John e Charles Wesley, tem se destacado na atuação constante e presente na sociedade, visando o testemunho do Espírito Santo através do exercício de atos de piedade (participação nos cultos, sacramentos, exercícios devocionais e de oração) e atos de misericórdia (vestir o nu, alimentar o faminto, visitar o preso e o enfermo, abrigar o peregrino). Neste propósito de avivamento e santidade, conforme a compreensão dos irmãos Wesleys, que não concebiam santidade que não fosse santidade social, a Igreja Metodista foi pioneira na Inglaterra na fundação de escolas públicas para abrigar os filhos e filhas dos mineiros e operários, pioneira no movimento das escolas dominicais, que em sua origem além do ensino bíblico visava o ensino de gramática e matemática para crianças abandonadas e em situação de rua na época da revolução industrial, pioneira na luta por justiça social combatendo ativamente o tráfico escravagista e atuando fortemente pela reforma e humanização do sistema prisional e pioneira na criação de um sistema de enfermarias e caixas de empréstimos para atendimento às populações mais carentes de sua época.

A Igreja Metodista estabeleceu-se no Brasil através do trabalho missionário de Spaulding, Kidder e outros, a partir do ano de 1836. Muito embora tal projeto missionário fosse de matriz liberal-conservador, de cunho guerreiro-salvacionista e desta forma rejeitando a cultura brasileira e sua matriz, a Igreja Metodista foi pioneira no Brasil no campo educacional, através da colaboração de Martha Watts; no campo social, com a implantação do Instituto Central do Povo, através de Tucker; na assistência à saúde, principalmente na assistência aos portadores de hanseníase, através do trabalho de Eunice Weaver; na participação política cidadã e republicana, pioneira entre os evangélicos até então alheios às preocupações com a sociedade em geral, através de Guaracy Silveira e Ruy Ramos e no uso do rádio e da televisão para a pregação do evangelho, através de Joel Jorge de Mello. Tais pioneiros e pioneiras metodistas em terras brasileiras esforçaram-se para a perpetuação do legado espiritual de John e Charles Wesley, a despeito de suas limitações.

                Posteriormente, com o estabelecimento missionário nos mais diversos países do mundo, a Igreja Metodista continuou pioneira ao fazer parte dos mais diversos organismos ecumênicos, nos EUA, na Inglaterra, na Europa, América Latina e no mundo, na grande maioria dos casos como membro-fundador. A Igreja Metodista é membro-fundador do Conselho Mundial de Igrejas, do Conselho Latino Americano de Igrejas, da Confederação Evangélica do Brasil, do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Brasil), da Coordenadoria Ecumênica de Serviço (Brasil) e de organismos ecumênicos nos EUA, Reino Unido, Europa e nas demais localidades do mundo. Esta convicção, a de que a unidade de testemunho dos cristãos é um imperativo, sempre foi um elemento impulsionador da missão como libertação integral dos seres humanos do pecado e das forças promotoras da morte. A Igreja Metodista, ainda no século XIX, foi pioneira no desenvolvimento do conceito de Evangelho Social, culminando no fato de ser a primeira igreja a desenvolver um Credo Social, um documento doutrinário basilar que orienta e guia seus membros no exercício cidadão da fé. A Igreja Metodista também é pioneira no reconhecimento e valorização da vocação feminina, desde a época dos irmãos Wesleys, sendo em todas as localidades onde está instalada uma das primeiras (senão a primeira) igrejas a aprovar a ordenação presbiteral de mulheres, garantindo direitos iguais e agindo de maneira contundente em favor da igualdade de gênero.

                Portanto, causa-nos preocupação a atual situação da Igreja Metodista que, para muitas pessoas, constitui ruptura com a longa e gloriosa trajetória de lutas e conquistas em favor do Reino de Deus e da libertação das pessoas das estruturas promotoras da morte, da exclusão, da discriminação e da opressão.

     a) Lamentamos e expressamos nossa perplexidade com a intervenção do Colégio Episcopal na autonomia universitária da UMESP e nos atos arbitrários cometidos contra docentes da Faculdade de Teologia. O curso de teologia da Igreja Metodista oferecido na UMESP é reconhecido pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) e avaliado como uma das melhores graduações em teologia em no país. Tal status foi conquistado através da dedicação e excelência acadêmica dos profissionais da UMESP e da FATEO. Há quase cem anos os professores são escolhidos conforme recomendação de Paulo em I Timóteo 5.17: "Devem ser considerados merecedores de dobrada honra os presbíteros e presbíteras que presidem bem, com especialidade os que se afadigam na palavra e no ensino". Há tempos a Igreja vem escolhendo homens e mulheres com vocação pastoral reconhecida, que além de pastores e pastoras, cultivam a pesada disciplina do estudo, qualidade tão estimulada pelo próprio John Wesley. Estes servos e servas que, além de presidirem bem à Igreja como pastores e pastoras se afadigam no ensino, há tempos confirmam esta dupla vocação com as nomeações pastorais que recebem ao lado da labuta disciplinada do ensino, como contribuem com reflexões e comunicações não apenas nos inúmeros encontros da Igreja pelo país, como por meio de seus escritos. Nossos professores e professoras da FATEO têm atestado publicamente serem homens e mulheres de Deus. Por isso mesmo, face à inequívoca competência acadêmica acumulada, conseguiram fazer nosso curso de teologia reconhecido pelo MEC, conforme os rigorosos critérios daquele órgão. O curso de pós-graduação (strictu sensu) em Ciências da Religião é um curso avaliado como nota cinco pela CAPES/MEC, e tal situação só é possível pelo fato de que na pós-graduação a ênfase nos estudos é na produção de conhecimento científico, não no estudo de doutrinas denominacionais.

     Desta forma, sendo a graduação em teologia e a pós-graduação em ciências da religião cursos oferecidos à comunidade em geral, não apenas aos membros da Igreja Metodista, com cobrança de anuidade de acordo com valores de mercado, não nos parece ético que critérios casuísticos sejam adotados para a imposição de medidas que visam restringir a produção de conhecimento, alinhando-o à linha teológica hegemônica adotada pelo Colégio Episcopal, nem que a Igreja Metodista beneficie-se das mensalidades pagas pelos alunos e alunas que não fazem parte da Igreja Metodista para financiarem um seminário confessional.

     Parece-nos razoável que a Igreja Metodista mantenha seminários confessionais para a formação de obreiros e obreiras de acordo com a doutrina e orientação teológica estabelecidos pela Igreja Metodista em seus Concílios Gerais, como atualmente é o caso do Seminário Metodista César Dacorso Filho, na 1ª Região, que se estabeleceu como curso livre, sem reconhecimento do MEC, para atendimento das necessidades da Igreja Metodista. Todavia, não nos parece razoável que a igreja venha a se locupletar com os recursos financeiros obtidos pelas instituições de ensino, cujo funcionamento é regulamentado pelo Ministério da Educação e Cultura, tendo em vista a imposição de pensamento.

     b) Lamentamos e expressamos nossa preocupação com a postura autoritária, que busca calar vozes discordantes e divergentes, ao invés de estabelecer um proveitoso diálogo com vistas ao enriquecimento da experiência cristã através do exercício dos múltiplos dons e vocações. Tem-se multiplicado na Igreja Metodista, a partir do XVIII Concílio Geral da Igreja Metodista, realizado em 2006 em Aracruz-ES, exemplos de constrangimentos, perseguições, punições, retaliações, alijamentos e expulsões de membros nas diversas Regiões Eclesiásticas, tanto em nível local, distrital, regional e geral. Quando um membro da Igreja Metodista, seja leigo, leiga, clérigo ou clériga, sofre um processo de perseguição em sua maioria ilegal, esse membro não encontra guarida nas instâncias internas de mediação de conflitos, sejam as Comissões Regionais de Justiça, Comissão Geral de Constituição e Justiça, bispo ou bispa presidente de região ou Colégio Episcopal. Mais de uma vez membros da igreja que buscaram as instâncias internas visando à mediação e solução de conflito foram ignorados, tendo suas queixas sido arquivadas pelos presbíteros e presbíteras competentes. Tais presbíteros e presbítera com nomeação episcopal não tem o direito de ignorar os Cânones, Manual de Disciplina e Código de Ética Pastoral como fizeram nesses casos. Os bispos e bispa são presbíteros e presbítera eleitos e eleita conciliarmente para supervisionarem a Igreja, não se constituindo como ordem ou classe diferenciada de clérigos e clérigas. Na Igreja Metodista o episcopado é visto como cargo e como serviço, sendo o bispo ou bispa submissos aos Cânones e aos Concílios, não o inverso.

Preocupa-nos que cada vez mais o ministério episcopal da Igreja Metodista seja caracterizado pelo abandono das tradições democráticas, conciliares e canônicas que marcam a atuação do metodismo no mundo todo desde sua constituição como corpo eclesiástico independente, primeiramente nos Estados Unidos e depois na Inglaterra. Preocupa-nos que o ministério episcopal na Igreja Metodista esteja cada vez mais parecido com ministérios autointitulados apostólicos, que confere ao líder da igreja ou denominação poderes absolutos para decidir sobre os destinos da igreja e de seus comandados, sem que tal líder autocrático e personalista tenha de se subordinar a um sistema conciliar, conexional e canônico.

Desta forma manifestamo-nos contra a existência da figura do “Ato de Governo”, que é um instrumento autoritário e ditatorial, reminiscente dos Atos Institucionais utilizados pelo governo de exceção do Brasil. A Igreja Metodista é dirigida canonicamente pelos Concílios (local, distrital, regional e geral) e em seus interregnos pelas Coordenações de Ação Missionária (local, distrital, regional e geral). Portanto, é teologicamente e legalmente estranho ao metodismo a figura do episcopado monárquico, tal como existe nas Igrejas Católicas e Ortodoxas, ou a figura do episcopado autocrático conforme o modelo empresarial adotado pelas novas comunidades evangélicas de matriz neopentecostal.

     c) Expressamos nossa grande preocupação com a atual falta de transparência na gestão de recursos financeiros e gastos por parte da liderança da Igreja Metodista. As igrejas locais estão enfrentando desde final de 2011 processos de bloqueio judicial de seus recursos financeiros (contas correntes, poupanças e aplicações financeiras) com objetivo de quitar a imensa dívida trabalhista do Instituto Bennett. Até o presente momento não houve nenhuma comunicação oficial por parte do Colégio Episcopal esclarecendo à membresia leiga, que vê os frutos de suas contribuições financeiras e de sua dedicação no exercício da missão bloqueado de maneira aparentemente sem relação com sua atuação local. A situação financeira das instituições educacionais da Igreja Metodista, que são fonte de renda para custeio de despesas das Regiões e da Sede Nacional, através da transferência de recursos a título de aluguel, precisa se tornar pública para a membresia da igreja, bem como a publicação de balancetes mensais e planilhas de custos detalhadas.

     d) Apelamos ao Colégio Episcopal para que revejam as decisões que tem tornado a Igreja Metodista cada vez mais isolada e sectária e cada vez menos alinhada à tradição e história metodista, de respeito, tolerância, pluralidade e cooperação missionária. Causa constrangimento o fato de termos na figura do revmo. Paulo Lockmann o presidente do Concílio Mundial Metodista eleito na mesma reunião que o corpo que congrega as igrejas de tradição metodista aprovou a assinatura da Declaração Conjunta sobre a Doutrina da Justificação, unindo-se à Igreja Católica e à Federação Luterana Mundial na compreensão deste aspecto teológico. No exercício de sua presidência o revmo. Paulo Lockmann participou de diversos cultos e celebrações ecumênicas ao redor do mundo, representando a comunidade metodista mundial, mas sua própria comunidade é impedida de vivenciar o testemunho conjunto com cristãos e cristãs de diversas confissões e tradições.

     O XVIII Concílio Geral aprovou a criação de uma comissão que se incumbiu de revisar a Carta Pastoral sobre o Ecumenismo. Tal comissão deu origem à Carta Pastoral Para Que Todos Sejam Um. Este documento foi chancelado pelos bispos e bispa e nele há orientações para estudo e compreensão da unidade dos cristãos na perspectiva metodista. No XIX Concílio Geral aprovou-se proposta de valorização da Carta, para que a mesma fosse estudada em nível local pelos pastores, pastoras, leigos e leigas. Todavia, até o momento o Colégio Episcopal da Igreja Metodista não tem cumprido seu papel de guardião da unidade orgânica e institucional da igreja e orientado o corpo clerical para o estudo, nem desenvolvido estratégias para a conscientização de sua membresia sobre a concepção metodista da unidade.

     e) Lamentamos profundamente o fato de que, a despeito de Carta Pastoral escrita e publicada em 2004, a Igreja Metodista esteja em processo de adoção do G-12 como modelo eclesiológico e doutrinário, contando com a omissão ou mesmo com a comissão das autoridades episcopais. Em diversas regiões e diversos distritos da Igreja Metodista no Brasil igrejas, pastores e pastoras têm sido coagidos e coagidas a adotarem o G-12, muito embora em seus documentos oficiais a Igreja Metodista afirme que “discipulado não é metodologia, mas estilo de vida”. Leigos e leigas muitas vezes tem sua participação em ministérios, como colaboradores ou coordenadores, vedada pelo fato deste membro não ter participado dos Encontros (como são chamados os retiros espirituais de iniciação no modelo em células). Leigos e leigas muitas vezes tem sua participação em Congressos Regionais de Discipulado pelo fato desses membros não terem participado de “escolas de líderes” (muito embora tal figura inexista na legislação canônica metodista) ou não serem “líderes de célula” (adotando inequivocamente a nomenclatura e prática do G-12 que o Colégio Episcopal tão clara e inequivocamente condenou). Tais situações são contrárias aos Cânones da Igreja Metodista, que determinam os direitos e deveres dos membros leigos, e também ao documento Dons e Ministérios, adotado oficialmente pela Igreja Metodista como sua forma de organização eclesial e regulando a participação dos leigos e leigas na vida da Igreja Metodista.

     Lamentamos também o processo de deterioração e abandono da Escola Dominical, que tem sido sistematicamente substituída por encontros de células e escola de líderes nas igrejas locais, a perda de representatividade e manipulação dos grupos societários, o abandono da liturgia oficial da Igreja Metodista, o abandono de práticas metodistas como o batismo infantil, o batismo por aspersão e a Ceia do Senhor às crianças.

     f) Apelamos ao Colégio Episcopal para que as ações autoritárias e decisões obscuras deem lugar a um amplo processo de diálogo no qual todas as diferentes concepções de missão coexistentes na Igreja Metodista, todas as linhas teológicas representadas em sua membresia leiga e clériga (tradicionais, conservadores, liberais, progressistas, carismáticos e neopentecostais) possam sentar juntos em torno da mesa da fraternidade e da compreensão.

                Que este processo amplo de diálogo, com ampla representatividade das diversas vocações, não apenas contando com representantes da linha teológica hegemônica, vise à discussão do conceito de missão, dons e ministérios, vocação e atuação cristã cidadã. Que a pluralidade de pensamento sempre presente na Igreja Metodista seja vista como riqueza, não como ameaça. Que todos e todas sejam estimulados e estimuladas a contribuírem ativamente com a missão que é de Deus, sendo portanto, de todas as pessoas. Que todos e todas tenham sua individualidade e particularidade respeitada, dentro de uma concepção de missão construída coletivamente e conciliarmente, conforme a história e tradição metodista.

                Desta forma, subscrevemos este manifesto, na fé, esperança e amor firmados em Jesus Cristo, Senhor da Igreja e Senhor da história, confiantes na atuação do Espírito Santo no mundo e na igreja, mesmo em momentos de obscuridade e fechamento de espaços de convivência, respeito e diálogo.


                São Paulo, inverno de 2013, ano do Senhor.

Os irmãos e irmãs da Igreja Metodista que desejarem subscrever o manifesto podem fazê-lo clicando aqui: Assinamos o Manifesto a Respeito da Atual Situação da Igreja Metodista

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Igreja Mundial do Poder de Deus é condenada por assédio moral

Igreja Mundial do Poder de Deus é condenada por assédio moral


valdomiro-santiago
Publicado no COAD
Burrinho, macaquinho e jegue. Era assim que um empregado da Igreja Mundial do Poder de Deus era constantemente chamado pelo bispo responsável pela igreja e por outros pastores. Contratado como editor de vídeo, o empregado chegou a exercer também a função de supervisor do programa do bispo e sofria essas ofensas sempre que havia um imprevisto ou algum erro na produção do programa.
Os fatos foram confirmados por testemunhas, que contaram que o bispo ria e achava graça da situação. Ainda de acordo com as testemunhas, o reclamante chegou a ser colocado sem trabalhar, durante três dias, na cozinha do estabelecimento. Para a 2ª Turma do TRT-MG, que acompanhou o voto do desembargador Anemar Pereira Amaral, o assédio moral ficou plenamente caracterizado, justificando a reparação por parte do empregador. Por esse motivo, a sentença que julgou procedente o pedido de indenização formulado pelo reclamante foi confirmada pelos julgadores. No entanto, o valor fixado em 1º Grau foi reduzido para R$ 15 mil.
Em seu recurso, a ré negou que tivesse praticado qualquer ato ofensivo à honra do reclamante. Segundo alegou, no máximo, havia brincadeiras comuns a um ambiente de trabalho descontraído. Mas esses argumentos não foram acatados pelo relator. Com base nas declarações das testemunhas, ele ponderou que as “brincadeiras” relatadas não condizem com a atmosfera de respeito e dignidade que deve existir no ambiente de trabalho. Conforme explicou o magistrado, a conivência do empregador com a situação é o suficiente para justificar a condenação. No caso do processo, ainda mais, já que chefe participava das brincadeiras ofensivas.
“A figura do assédio moral se caracteriza pela conduta abusiva do empregador ao exercer o seu poder diretivo ou disciplinar, atentando contra a dignidade ou integridade física ou psíquica de um empregado, ameaçando o seu emprego ou degradando o ambiente de trabalho, expondo o trabalhador a situações humilhantes e constrangedoras. Existindo prova de tais fatos nos autos, é devida a respectiva indenização reparadora”, constou da ementa do voto.
O desembargador esclareceu, ainda, que o dano, no caso, é presumido. Ou seja, a vítima não precisa provar o dano em si, mas apenas a prática do ato ofensivo. Nesse caso, deve ser considerado, como parâmetro, o homem médio. “A expressão ‘dano moral’ não mais se restringe à sua concepção original ligada ao aspecto subjetivo, à ideia de dor, sofrimento, angústia, bastando o aspecto objetivo da lesão, identificado na violação da órbita jurídica do lesado como projeção de sua dignidade”, explicou o relator.
Portanto, entendendo que a igreja vulnerou valores humanos do trabalhador protegidos pela Constituição Federal, a Turma de julgadores considerou devida a indenização por dano moral.
Processo: 0000788-40.2012.5.03.0016 RO
FONTE: TRT-3ª Região
Postado originalmente no Pavablog.
Mais sobre assédio moral nas igrejas evangélicas: Assédio Moral na Igreja - Prática Nefasta que Urge Combater

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Plano Nacional Missionário da Igreja Metodista e a Conjuntura Brasileira do Campo: potencial e limites da ação missionária metodista para o quinquênio 2012-2016

Potencial e limites da ação missionária metodista para o quinquênio 2012-2016

Plano Nacional Missionário da Igreja Metodista e a Conjuntura Brasileira do Campo: potencial e limites da ação missionária metodista para o quinquênio 2012-2016


Márcio Monteiro Rocha[1]


Resumo

Este artigo procura analisar o Plano Nacional Missionário da Igreja Metodista aprovado no 19º Concílio Geral para o quinquênio 2012-2016, a partir de seus alicerces, ênfases e prioridades à luz da conjuntura brasileira do campo com o objetivo de contribuir para a eficiência das ações missionárias da Igreja Metodista em terras brasileiras.

Palavras-chave: plano nacional missionário – igreja metodista – plano brasil sem miséria – governo federal


Introdução

O presente artigo tem como principal objetivo analisar o Plano Nacional Missionário da Igreja Metodista (PNM 2012-2016) aprovado no 19º Concílio Geral da Igreja Metodista[2] para o quinquênio 2012-2016[3] a partir dos seus alicerces, ênfases e prioridades missionárias na perspectiva de suas próprias diretrizes à luz da conjuntura brasileira do campo com recurso aos conteúdos do Plano Brasil Sem Miséria do Governo Federal a fim de encontrar elementos que contribuam para a eficiência prática das ações missionárias da Igreja Metodista em terras brasileiras.

O artigo trará ao conhecimento do leitor o contexto histórico e social que culminou com a produção do Plano Nacional Missionário da Igreja Metodista (PNM 2012-2016), abordando seu potencial, limites e contribuições para o desenvolvimento da ação missionária da Igreja Metodista em terras brasileiras com ênfase especial à conjuntura socioeconômica das áreas rurais do país, buscando desta forma contribuir para o avanço missionário sobre a realidade do campo.

Para o desenvolvimento deste artigo será utilizados o Plano Nacional Missionário da Igreja Metodista (PNM 2012-2016)[4] aprovado em 2011 por seu Colégio Episcopal, considerando uma breve retrospectiva aos principais documentos que o antecederam, além de breve recurso às contribuições trazidas pelo Plano Brasil Sem Miséria, criado e desenvolvido pelo Governo Federal.


Dos Planos Quadrienais ao Plano para a Vida e a Missão da Igreja Metodista

A partir da década de sessenta, a conjuntura política, econômica e social do Brasil levou a Igreja Metodista a sofrer com os efeitos repressivos da ditadura vindos tanto do lado de dentro como do lado de fora da instituição, resultando em discordâncias de natureza doutrinária e hierárquica em 1967 e no fechamento da Faculdade de Teologia em 1968.[5]

É importante lembrar que a teologia latino-americana ou da libertação[6] surge também a partir dos anos sessenta, criticando o Regime Militar e discutindo soluções para a opressão social que emergia, proclamando libertação para a Igreja e sociedade, influenciando significativamente na produção dos documentos da Igreja Metodista da época até culminar com a elaboração do Plano para a Vida e a Missão da Igreja em 1982.[7]

No início dos anos setenta o metodismo reorganizava-se, lançando as bases para retomar a vida e a missão da Igreja com o Plano Quadrienal de 1974 que vigorou entre os anos de 1975 e 1978, tendo como tema “Missão e Ministério” no 11º Concílio Geral da Igreja Metodista, no Rio de Janeiro - RJ[8], reconhecendo que “todos os seus membros [...] são chamados por Deus [...] para cumprirem a Missão [...], servindo em todas as áreas da existência”[9]

O próximo passo foi o lançamento do Plano Quadrienal de 1978 que vigorou entre os anos de 1979 e 1982 com o tema “Unidos pelo Espírito Metodistas Evangelizam” aprovado no 12º Concílio Geral da Igreja Metodista, em Piracicaba - SP, apontando para a necessidade de ação da Igreja na sociedade em termos de justiça e paz, segundo o Reino de Deus[10].

Em 1980 a Igreja Metodista celebrava o 50º aniversário de sua autonomia no Brasil. A conclusão da Consulta Nacional sobre Vida e Missão de 1981 marcou esse momento histórico e revelou a necessidade de desenvolvimento de um plano com a função de ordenar e orientar a ação missionária da Igreja Metodista em terras brasileiras.[11]

Essa orientação deveria acompanhar as diretrizes do Credo Social Metodista[12], de forma que as interações entre a Igreja e a sociedade tivessem um caráter mais solidário, humano e integral[13] frente ao contínuo processo de empobrecimento e sofrimento da população brasileira.[14]

Com a aproximação do processo de redemocratização foram aprovados, em 1982, no 13º Concílio Geral da Igreja Metodista, em Belo Horizonte – MG, o Plano para a Vida e a Missão da Igreja, as Diretrizes para a Educação e o Plano Diretor Missionário, refletindo o processo de retomada da vida e missão da Igreja Metodista no Brasil.[15]

O Plano para a Vida e a Missão da Igreja Metodista surgiu pela necessidade de superação da profunda crise de identidade na qual a Igreja Metodista esteve submetida durante o período de Regime Militar no Brasil entre os anos de 1964 e 1985.[16]

Desde sua criação, o Plano para a Vida e a Missão (PVMI) é o principal documento que discute a prática missionária da Igreja Metodista no Brasil, é parte integrante dos Cânones da Igreja Metodista (Capítulo V) e serve de base teórica para o desenvolvimento de todos os Planos Nacionais, Regionais e Distritais seguintes, inclusive do PNM 2012-2016.

O 14º Concílio Geral da Igreja Metodista foi realizado em 1987, o 15º Concílio em 1991, em Juiz de Fora – MG e o 16º Concílio foi realizado em julho de 1997, em Piracicaba – SP.

Muitos documentos e cartas pastorais foram produzidos neste espaço de tempo, incluindo os que traziam as diretrizes pastorais para a ação missionária junto aos indígenas, agricultores, movimentos populares da terra, entre outros, porém, como já ocorria desde as primeiras discussões teológicas latino-americanas, a opção pelos empobrecidos não era de fácil assimilação para os setores médios da comunidade metodista brasileira[17] e muitos destes documentos permanecem esquecidos pela Igreja até os dias de hoje.[18]