sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Abaixo Assinado - Por uma FATEO Autônoma

Abaixo Assinado - Por uma FATEO Autônoma

Está sendo divulgado na internet através de e-mails e redes sociais uma iniciativa de alunos e ex-alunos da Faculdade de Teologia da Igreja Metodista que visa coletar assinaturas solicitando ao Colégio Episcopal que reveja sua decisão, considerada autoritária e injusta, de demitir professores, reduzir a hora-aula e reduzir o quadro de doutores no corpo docente da FATEO.

Segue abaixo o texto da carta e link para assinar e demonstrar apoio:



Para:
Colégio Episcopal da Igreja Metodista do Brasil
Conselho Diretor da Faculdade de Teologia da Igreja Metodista 
Todos os cantos do mundo, 23 de setembro de 2013.

Caríssimas/os membros do Conselho Diretor da Faculdade de Teologia da Igreja Metodista,

Nós, ex-alunas/os da Faculdade de Teologia da Igreja Metodista – que integra a Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) – recebemos com profunda preocupação e revolta a notícia da intervenção do Colégio Episcopal nesta instituição, que resulta na demissão de professores, na redução do quadro de doutores e na diminuição de horas-aula. Além disto, a atual situação é fruto de um projeto que deseja a demissão de todos/as os/as atuais professores/as até 2016.

Não resta dúvidas em nossas mentes que esta intervenção é autoritária, inconsequente e injusta. Ela é autoritária porque jamais contou com o apoio e dicussão da comunidade acadêmica da FaTeo, seu corpo docente e discente, bem como a ampla comunidade universitária da UMESP. Uma igreja que defende os princípios éticos da democracia, do bom senso e da valorização do ser humano, além de defender a educação como parte de sua missão, se contradiz quando dá um passo como este no sentido de restringir o diálogo e tratar com ingratidão a história de dedicação com que a FaTeo foi construída, sobretudo pelo esforço de professores/as e com o apoio de estudantes de outras confissões religiosas.

A intervenção também é inconsequente, pois não mede os desdobramentos que pode trazer à vida institucional da FaTeo, seu reconhecimento acadêmico e a qualidade de sua educação. Com esta decisão, a Igreja Metodista parece demonstrar sua incompetência em compreender sua ação educacional na área teológica e a confunde com as sutilezas de disputas de poder intraeclesiásticas. Em suma, o Colégio Episcopal confunde a vocação acadêmica de um/a professor/a com o processo de nomeação pastoral. O que mais surpreende nesta intervenção é a forma com que ela ofende diretamente alguns dos princípios básicos defendidos por documentos metodistas, os quais o Colégio Episcopal deveria defender. Além disto, em última instância, a decisão do Colégio Episcopal fere a autonomia universitária e compromete a concessão pública do ensino de teologia.

Finalmente, a intervenção na FaTeo é injusta porque deixou de considerar a razão pela qual alunos/as não-metodistas (responsáveis por parte significante do ganho financeiro desta casa) escolhem esta instituição: por sua abertura teológica para o diálogo e sua credibilidade acadêmica diante do governo e das igrejas. Manifestamos assim nosso descontentamento.

Como ex-alunos/as desta casa, nos sentimos no direito e no dever de defendê-la e lutar por ela. Não apenas nossos currículos estão marcados por nossa passagem na FaTeo, mas nossas vidas inteiras. 
Atenciosamente,


Esclarecemos que esta carta e este abaixo-assinado não são iniciativa da Rede Metodista Confessante. Todavia, sua pauta também reflete algumas das preocupações que expressamos em nosso manifesto, sobretudo no ítem A e desta forma também tornamos público nosso apoio a esta iniciativa de alunos e ex-alunos da FATEO. 

Também consideramos que isto demonstra que as atitudes autoritárias do Colégio Episcopal estão repercutindo fortemente no corpo clérigo e sobretudo leigo da Igreja Metodista e fora dela. Um grupo que representa uma linha teológica da Igreja Metodista domina as estruturas de poder e, ainda que seja representativo numericamente, impõe sua forma de pensar de maneira autoritária, desrespeitando a diversidade e pluralidade de dons e ministérios que compõe a Igreja Metodista, constrangendo, perseguindo, punindo e retaliando contra pessoas que não se alinham à ideologia hegemônica atualmente implantada.

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